O senador Marcos do Val (Podemos-ES), que foi alvo na tarde desta quinta-feira (15) de busca e apreensão em seu escritório e em sua residência, fez uma live, por volta da hora do almoço, para dar explicações aos seus seguidores sobre a votação de requerimentos na CPI de 8 de janeiro.
A live – um vídeo de 25 minutos – foi uma das últimas postagens registradas no perfil do senador no Instagram, antes da página ser retirada do ar. As imagens mostram o senador no que aparenta ser o apartamento onde mora, em Vitória.
Ele inicia o vídeo criticando jornalistas que informaram que ele teria votado contra seu próprio requerimento na CPI, o que ele negou. Disse ter votado contra a separação dos requerimentos.
“Queríamos que fosse votado (os requerimentos) em bloco, porque separado iriam derrubar nossos requerimentos. Então na hora que o presidente colocou em pauta o requerimento do (senador) Randolfe, votamos não, porque não queríamos que fosse dividido em três grupos”.
Ele disse que votou favorável aos requerimentos do governo e da relatoria da CPMI para dar um “tapa de luva no governo”. “Votamos sim no requerimento da relatora, sim no do governo e sim nos da oposição. Então, eu não sei de onde que esse pessoal tirou que eu votei contra meu requerimento”, disse o senador, irritado.
“Pepino”
Em determinado momento da live, o vídeo começou a travar. Do Val disse que o motivo seria porque o celular, por onde estava fazendo a live, estava recebendo ligações. “Estão me ligando aqui porque hoje é meu aniversário, estou fazendo 52 anos. Não dá nem para curtir meu aniversário, porque é pepino o tempo inteiro”, disse, como quem prevê o futuro.
Poucas horas depois, a Polícia Federal bateu na porta do senador. Primeiro em seu escritório e depois, em seu apartamento. Os perfis do Twitter, Instagram e Facebook foram tirados do ar e o senador não atendeu mais as ligações. As primeiras informações dão conta de que o celular de Do Val também foi apreendido. As diligências foram decretadas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.
Na live, o senador chegou a falar sobre o ministro. “Eu vou continuar convocando o ministro Alexandre de Moraes (para depor na CPI), porque eu quero saber quem recebeu as mensagens, o que foi feito com as mensagens recebidas”, disse
O senador é investigado pelos crimes de divulgação de documento confidencial, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
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