Presidente da Câmara sobe o tom contra o prefeito: “Assim não dá”
O presidente da Câmara de Vitória, Leandro Piquet (Republicanos), subiu o tom durante discurso na sessão desta quarta-feira (05) ao reclamar de “desrespeito ao Parlamento” que, segundo ele, estaria ocorrendo por parte do prefeito, Lorenzo Pazolini (Republicanos), e do secretário de Governo, Aridelmo Teixeira (Novo).
“Venho chamar a atenção novamente pelo desrespeito que esse Parlamento está sofrendo. Quero saber quem convera com essa Casa: o prefeito ou o secretário de Governo? Porque é a segunda vez que o secretário de Governo oficia essa Casa para a prestação de contas do prefeito. Aí não dá. Quem foi eleito, Aridelmo ou Pazolini? Essa Casa merece respeito, é a segunda vez. Não estou entendendo onde se quer chegar”, disse, bravo, Piquet.
A revolta do presidente se deu por conta da assinatura do requerimento que chegou à Câmara marcando a prestação de contas do prefeito sobre o mandato para o próximo dia 12, às 9h30. O requerimento foi assinado por Aridelmo e não pelo prefeito, o que representaria, na visão de Piquet e de alguns outros vereadores, falta de respeito.
O requerimento foi enviado na segunda-feira (03), após Piquet, Vinícius Simões (Cidadania) e André Moreira (Psol) cobrarem a prestação de contas. Moreira, inclusive, chegou a apresentar um pedido de impeachment contra o prefeito, por crime de responsabilidade, pelo descumprimento à lei orgânica de não ter prestado contas no primeiro semestre.
Segundo Vinícius, o requerimento foi devolvido pela Câmara, que teria alegado que a informação teria que ocorrer entre os chefes de Poderes, e cobrou a assinatura do prefeito. Porém, o mesmo documento foi novamente protocolado no Legislativo, somente com a assinatura de Aridelmo, sem a de Pazolini.
“Aqui tem vereadores eleitos pelo povo que merecem ser respeitados. Aridelmo é bom para a gestão de empresa, na política não dá”, disse Piquet sendo aplaudido por parte dos vereadores”. Mesmo sem a assinatura do prefeito o documento foi aceito e a prestação de contas agendada.
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Goggi faz boletim de ocorrência para denunciar ameaças
O vereador de Vitória Anderson Goggi (PP) registrou um boletim de ocorrência após receber, segundo ele, ameaças num grupo de WhatsApp. As ameaças ocorreram ontem (04), após circular em grupos de conversa de líderes comunitários o boato de que as festas julinas nos bairros seriam canceladas por causa do vereador.
O motivo seria, segundo o boato, a investigação que está ocorrendo na Comissão de Cultura da Câmara, presidida por Goggi. Na última segunda-feira (03), o secretário da Cultura, Luciano Gagno, esteve na comissão para prestar esclarecimento após ser convocado por Goggi.
A Comissão recebeu uma denúncia, do vereador André Moreira (Psol), de suposto direcionamento na contratação de bandas para eventos culturais, com a suspeita de um único empresário ser responsável por todas as contratações.
“Recebi ameaças de pessoas combinando, em grupos de WhatsApp, de vir pra cá para me agredir, falando em bater, em dar uma surra no vereador. Comigo não vai funcionar ameaça. Vereador que tem medo de fiscalizar, tem que deixar de ser vereador. Já tomei as medidas legais”, disse Goggi na sessão desta quarta-feira (05).
A assessoria da Secretaria de Cultura de Vitória negou que as festas serão canceladas. Disse que a programação das festas foi retirada do site da prefeitura para uma atualização.
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Oposição forma maioria na Corregedoria da Câmara de Vitória
A Corregedoria da Câmara de Vitória está com nova formação. Entraram para o colegiado os vereadores Vinícius Simões (Cidadania) e André Moreira (Psol), ocupando as duas vagas que estavam abertas após a renúncia dos vereadores Davi Esmael (PSD) e André Brandino (PSC).
Com isso, a oposição ao prefeito Pazolini e os partidos de centro-esquerda são maioria na Corregedoria. Além de Moreira e Vinícius, também fazem parte do colegiado: Karla Coser (PT), Leonardo Monjardim (Patriota) e Luiz Emanuel Zouain (Republicanos).
A nova composição foi definida na segunda-feira (03). Durante a sessão, o presidente da Câmara, Leandro Piquet (Republicanos), disse que precisava resolver a questão da Corregedoria que estava com as duas vagas sem preencher.
Como o regimento prevê que a composição seja por meio da regra de proporcionalidade, com relação ao número de cadeiras que cada partido tem na Casa, uma das vagas coube ao Cidadania, que tem dois assentos e não estava ainda representado no colegiado.
Líder da bancada do Cidadania, Vinícius indicou o próprio nome. Depois, Piquet abriu ao plenário para quem quisesse se voluntariar para fazer parte e ocupar a segunda vaga. Em caso de ter mais de um interessado, seria feito um sorteio. Porém, só Moreira se candidatou à vaga.
Davi e Brandino deixaram a Corregedoria no último dia 21, quando o colegiado admitiu a representação e votou pela cassação do mandato do vereador Armando Fontoura. Os dois se abstiveram na votação, conforme noticiou a coluna.
“Peço e deixo registrada em ata a minha decisão de saída da Corregedoria. Dou por encerrada minha participação”, disse Davi à época, alegando que o colegiado já estaria com posição formada para cassar o mandato de Armandinho. Brandino fez coro: “Entendo que a Corregedoria está prejudicada para julgar essa questão. Não me sinto confortável em ficar nessa Corregedoria, saio também”.
A vereadora Karla é a relatora da representação que pede a cassação de Armandinho por quebra de decoro e que se encontra em fase de instrução processual.
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