Do Val vai esperar resultado de biópsia para decidir se depõe na Federal

Está marcado para amanhã (19) um depoimento do senador Marcos do Val (Podemos) à Polícia Federal para esclarecer sobre a suposta trama golpista, que ele mesmo revelou, e que envolveria o ex-deputado Daniel Silveira e o ex-presidente Jair Bolsonaro.

O plano consistia em Do Val tentar gravar, clandestinamente, o ministro do STF Alexandre de Moraes, numa forma de conseguir algo que o pudesse incriminar e anular as eleições gerais do ano passado, impedindo que Lula tomasse posse como presidente. O caso foi revelado em fevereiro e Do Val chegou a dar diversas versões sobre o episódio.

No mês passado, Do Val foi alvo de uma operação da Polícia Federal, determinada pelo STF, que cumpriu mandados de busca e apreensão em seus endereços.

Bolsonaro prestou depoimento na semana passada sobre o assunto e o de Do Val está marcado para amanhã, mas o senador disse à coluna que a depender do resultado de um exame, pode pedir o adiamento do depoimento.

Do Val fez uma colonoscopia e retirou pólipos (tecido do intestino que cresceu de forma irregular) para rastreamento (biópsia). O exame foi no dia 30 de junho, quando o senador já estava de licença médica. Ele pediu afastamento por 30 dias, a contar do último dia 21, após passar mal em seu gabinete.

Ele contou à coluna que se o resultado sair, a depender do que for, vai pedir para adiar o depoimento. “Só se for maligno (câncer), eu vou transferir (depoimento). Se não sair o resultado da biópsia, eu vou depor. Só o horário que vou decidir”, disse à coluna.

Do Val também encaminhou uma foto, em que mostra um procedimento médico que foi realizado hoje. Ele disse que está com anemia e que foi preciso tomar ferro de forma intravenosa. “Estou neste momento aplicando ferro”, disse, enquanto dava entrevista. Afirmou também que está com um nódulo no pulmão. “Tudo por conta do estresse”.

Do Val enviou foto à coluna de procedimento médico

Retorno após recesso

A coluna noticiou mais cedo que Do Val garantiu que irá voltar às atividades legislativas no dia 30 deste mês, após o recesso parlamentar e que já tem gente de olho na cadeira dele no Senado.

O deputado estadual Fabrício Gandini, que até semana passada presidia o Cidadania, fez uma cobrança pública para o senador: ou voltar ao mandato ou abrir a vaga para a suplente, Rosana Foerst (Cidadania), a fim de que o Estado não seja prejudicado na votação da Reforma Tributária no Senado.

Nos bastidores, há uma pressão política também por trás: a cúpula nacional do Cidadania estaria querendo ocupar a cadeira, já que a suplente é do partido, e Gandini, que está de saída da legenda, teria ficado a cargo de cobrar.

Gandini recebeu uma carta de anuência do Cidadania para deixar a legenda sem perder o mandato, ou seja, o partido não vai criar resistência para o deputado se desfiliar. Mas, antes de sair, Gandini não poderia negar ao partido a cobrança pela cadeira da suplente.

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