À medida que as eleições vão se aproximando, os partidos vão definindo seus quadros para a disputa municipal, principalmente aqueles que têm a intenção de lançar candidato para a majoritária. Na Serra, a corrida pela prefeitura no ano que vem já está gerando um rebuliço no partido Republicanos.
A legenda, que se autointitula como a mais conservadora do País, se prepara para receber o deputado estadual Pablo Muribeca que, no mês passado, obteve da Justiça Eleitoral a autorização para deixar o partido pelo qual se elegeu deputado – o Patriota – e ingressar numa nova sigla, sem perder o mandato.
“O previsto é me filiar no dia 23 agora (novembro), fazer um evento com a filiação”, disse o deputado à coluna, o que foi confirmado pelo presidente estadual do Republicanos, o ex-deputado Erick Musso.
Muribeca é pré-candidato à Prefeitura da Serra. Aliás, desde que se elegeu deputado, com 24.555 votos, o que mais se vê em seus discursos são críticas à atual gestão, que é comandada pelo prefeito Sergio Vidigal (PDT).
A aproximação com o Republicanos não é de agora. Muribeca apoiou Erick Musso na disputa deste ao Senado, no ano passado. Desde então, os dois vinham costurando a entrada do deputado na sigla, aguardando apenas o aval da Justiça Eleitoral.
Porém, a iminente entrada de Muribeca no partido, com caminho livre para tocar sua candidatura, se tornou um embaraço para quem já estava na sigla e cultiva o mesmo projeto. E como dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo, o jeito foi um ter que sair.
A delegada Gracimeri Gaviorno anunciou, numa nota encaminhada à imprensa, que se desfiliou do Republicanos. No comunicado, ela não diz o motivo, mas sinaliza que a saída é pela falta de espaço no partido para tocar seu projeto. Ela também quer disputar a Prefeitura da Serra, embora, oficialmente, não tenha tratado sobre o assunto com o partido.
Gracimeri percebeu a movimentação visando a eleição, os acordos firmados e as mudanças que estavam sendo implantadas, aos poucos, no partido. Aliados de Muribeca passaram a comandar o Republicanos da Serra, no lugar dos aliados de Gracimeri, que também desembarcaram da sigla.
Ex-secretária de Direitos Humanos na atual gestão comandada pelo prefeito Sérgio Vidigal (PDT), Gracimeri também já foi chefe da Polícia Civil e subsecretária estadual de Segurança Pública e de Direitos Humanos.
Em 2020, ela disputou a Prefeitura da Serra pelo PSC e ficou em sexto lugar – numa eleição que teve oito candidatos –, conquistando 4.343 votos. No ano passado, já no Republicanos, Gracimeri disputou uma vaga de deputada estadual, mas obteve apenas 2.631 votos, não conseguindo se eleger.
Desde que deixou a gestão Vidigal, Gracimeri vem fazendo incursões pelo município e tem usado suas redes sociais para divulgar seu posicionamento político sobre diversos assuntos.
A coluna apurou que Gracimeri não tem intenção de disputar a vereança e que busca uma legenda, de espectro político mais à direita, que lhe garanta a vaga de disputar a prefeitura. A delegada pode até, lá na frente, recuar e tentar compor, mas quer dar a largada como candidata à prefeita. Ela não divulgou em qual legenda deve se filiar.
“Eu recebi convites de diferentes partidos para disputar as eleições majoritárias. Entendendo os grandes desafios que a Serra ainda tem, estou avaliando o melhor caminho para participarmos do debate sobre a nossa cidade. No tempo certo, vamos ter essas definições”, disse Gracimeri, em nota.
O presidente estadual do Republicanos, Erick Musso, disse que mudar de legenda faz parte do jogo, mas que Gracimeri sai sem rusgas. Também contou que o partido não tratou com ela sobre a disputa à Prefeitura.
“Gracimeri é uma querida, foi minha professora de faculdade. Conta com meu profundo carinho e admiração. Trocar de partido é do jogo, mas há zero rusgas”, disse Erick.
As articulações pelo maior colégio eleitoral do Estado estão a todo vapor. A coluna noticiou, ontem, que o ex-prefeito da Serra Audifax Barcelos vai se filiar ao PP no próximo dia 2. O PL, partido que Audifax também “namorava” deve lançar candidato próprio. O mais cotado é o presidente da legenda no município, o vereador Igor Elson.
Já no PDT a incógnita continua. Vidigal já disse que não seria candidato à reeleição, mas o mercado político aposta nele, até porque seu partido não abre mão de ter uma candidatura competitiva no ano que vem.
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