O ex-deputado Sergio Majeski (PSDB), que é pré-candidato a prefeito de Vitória neste ano, vai se filiar ainda nesse mês a outro partido para começar a tocar sua pré-candidatura. Após seis meses de negociação, o martelo foi batido e o tucano vai para o PDT.
A futura filiação foi confirmada à coluna De Olho no Poder pelo presidente estadual da legenda, Weverson Meireles, que está definindo com o ex-deputado a melhor data para o evento que marcará a entrada de Majeski no partido.
Weverson garantiu que o PDT dará legenda para Majeski disputar a Prefeitura da Capital. “Ele vem para o PDT para ser o nosso candidato a prefeito de Vitória. Isso está certo e tem zero possibilidade de mudar, a não ser que ele entenda de trilhar outro caminho”, disse o presidente.
O PDT faz parte da base aliada do governo Casagrande, que terá um candidato próprio também para a disputa em Vitória – o deputado estadual Tyago Hoffmann (PSB) já teve sua pré-candidatura a prefeito lançada pelo partido. Além disso, os pedetistas também são aliados, nacionalmente, ao PT, que também terá candidato próprio – o deputado estadual João Coser – no pleito da Capital.
Ainda assim, Weverson garantiu que não há o risco da legenda retirar a candidatura própria na Capital para apoiar outro partido aliado. “Assim como dentro do escopo dos aliados, outras siglas terão candidatos, o PDT também vai ter. Essa é a nossa decisão”.
Majeski foi procurado pela coluna e confirmou a ida para o PDT. Porém, preferiu não dar entrevista ainda sobre sua mudança partidária. Nos bastidores, um dos motivos seria porque ele ainda não comunicou a direção estadual do PSDB.
A trajetória de Majeski
O ex-deputado Sergio Majeski, que é ex-professor e tem como principal bandeira a Educação, atua como coordenador da Escola do Legislativo da Assembleia Legislativa. Após deixar o mandato, ele chegou a atuar por um mês no Instituto Jones dos Santos Neves e depois assumiu o posto na Ales.
Na questão partidária, essa não foi a primeira negociação do ex-deputado com o PDT. No ano passado, quando estava de saída do PSB, Majeski chegou a ser convidado para se filiar ao partido do prefeito Sergio Vidigal, mas escolheu retornar para o PSDB.
No ninho tucano, disputou uma vaga a deputado federal, mas mesmo obtendo 40.124 votos, ficou de fora, porque a legenda não obteve votos suficientes para conquistar uma cadeira em Brasília.
Majeski já foi do PSDB. Na verdade, ele foi eleito para o seu primeiro mandato de deputado estadual (2014-2018) pelo ninho tucano, mas trocou de legenda no último ano do mandato, por conta do seu posicionamento com relação ao governo da época.
Com um mandato independente, o ex-deputado acabou ficando sem espaço no partido, comandado então pelo vice-governador César Colnago (PSDB), por conta dos embates e da sua postura de oposição ferrenha ao governo Hartung-Colnago.
Ele foi, então, para o PSB, partido do governador Renato Casagrande. Mas lá, também, não conseguiu espaço na legenda para disputar o Senado, em 2018, e nem a Prefeitura de Vitória, em 2020.
Em 2018, ele tirou o time de campo e teve de se contentar em disputar a reeleição à Assembleia – foi o deputado mais votado.
Já em 2020, ele teve diversos embates com o PSB de Vitória e chegou a participar das prévias do partido para ser o nome da legenda na disputa à Prefeitura. Porém, ele não passou pela consulta interna da legenda – a qual chamou de armação –, que acabou lançando o então vice-prefeito Sérgio Sá.
Frustrado, Majeski resolveu retornar ao PSDB no ano passado. O partido estava sob a gestão do deputado estadual Vandinho Leite, que o convidou para retornar.
Congestionado
No ano passado, o PSDB decidiu federar com o Cidadania e essa aliança tem duração de quatro anos, ou seja, prevalece para as eleições municipais deste ano. Acontece que, somando os dois partidos, há um congestionamento de pré-candidatos a prefeito de Vitória.
Antes da saída do deputado Fabrício Gandini do Cidadania – ele foi para o PSD –, eram cinco nomes cotados para a disputa: os ex-prefeitos Luiz Paulo (PSDB) e Luciano Rezende (Cidadania), o deputado estadual Mazinho dos Anjos (PSDB), Majeski e Gandini.
Como só há espaço para um nome e Luiz Paulo tem se movimentado pela cidade, fazendo reuniões e articulações já em clima eleitoral e com o aval do PSDB, Majeski decidiu fazer as malas e deixar o ninho tucano, para não correr o risco de ser rifado mais uma vez.
Ele chegou a gravar vídeos, e a postar em suas redes sociais, alertando seus eleitores sobre “manobras” que estariam ocorrendo nos bastidores com o intuito de tirar seu nome da disputa eleitoral. Deixar o ninho era apenas uma questão de tempo.
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