O prefeito da Serra, Sergio Vidigal (PDT), adiou para o mês que vem a decisão sobre disputar ou não a reeleição. O anúncio será feito durante evento de prestação de contas do PDT do município, que está marcado para o dia 16 de março.
A princípio, o evento ocorreria no próximo sábado (24), mas foi adiado, segundo a assessoria do prefeito, por conta de um conflito de agenda – já que o evento “Serra + Cidadã” ocorre no mesmo dia. Se não fosse adiada, a definição do futuro político de Vidigal não passaria dessa semana.
Já tem um tempo que Vidigal adia esse anúncio e faz mistério sobre sua decisão. Em entrevista dada à coluna De Olho no Poder no mês passado, o prefeito disse que definiria ainda em janeiro se iria para a disputa ou não.
“Ainda em janeiro falaremos sobre essa pauta. Eu sempre fui um homem previsível, não sou de dar seta para a direita e entrar para a esquerda, não sou de falar uma coisa de manhã e à tarde esquecer. Tudo aquilo que eu falei, guardem. E, no momento certo, a gente vai falar. Eu me sinto com o dever cumprido na cidade”, disse, na ocasião, ao ser questionado se concorreria.
Janeiro terminou e Vidigal não fez o anúncio. Depois vieram as especulações de que ele anunciaria a decisão no mesmo evento de filiação do ex-deputado Sergio Majeski. Pré-candidato a prefeito de Vitória, Majeski vai trocar o PSDB pelo PDT, conforme a coluna antecipou em janeiro deste ano.
O ato de filiação de Majeski também estava marcado para essa semana, mas a assessoria de Vidigal descartou que o prefeito pudesse falar sobre a Serra nesse evento. A decisão então ficou para as vésperas do prazo final de filiação partidária para quem quer concorrer neste ano.
Nos bastidores, há duas teses para o adiamento: ou Vidigal está postergando falar que é candidato para evitar virar alvo dos opositores, que não são poucos, ou o partido ainda está tentando filiar algum nome para a disputa.
Sinais
O prefeito já disse, durante este mandato, que não disputaria a reeleição. Há um ano, numa outra entrevista para a coluna, ele confirmou que não deveria disputar, mas que o PDT teria candidato próprio e defenderia seu legado nas urnas neste ano.
O jornalista e atual secretário estadual de Turismo, Philipe Lemos (PDT), chegou a ser cotado para sucedê-lo. Em 2022, Philipe se filiou ao PDT, numa costura que contou com a “agulha” do governo do Estado, para disputar a Câmara dos Deputados.
Ele não conseguiu ser eleito, mas teve uma boa votação (45.260 votos), o que chamou a atenção do prefeito uma vez que era a primeira participação do jornalista numa eleição. No início do ano passado, então, Vidigal o convidou para fazer parte da gestão e o nomeou para comandar a pasta de Turismo.
Philipe fez parte do secretariado até o final de novembro passado, quando deixou a Serra para assumir a mesma pasta, mas no time do governador Renato Casagrande. A troca foi feita a pedido de Vidigal que queria trazer para perto o presidente do PDT no Estado, Weverson Meireles, que, até então, ocupava a Secretaria Estadual de Turismo.
Além de presidir o partido, Weverson é o principal articulador político de Vidigal. E, desde a troca de secretários, aumentaram as especulações de que Vidigal iria mais uma vez colocar o nome para jogo e tentar seu quinto mandato. Há quem diga que ele é candidatíssimo.
Vidigal conta com o apoio do governo do Estado, tanto que o PSB não deve lançar candidatura própria no município. Porém, o partido do governador deve pleitear a vaga de vice na chapa a ser comandada pelo PDT. Isso, é claro, a depender de quem será o nome do PDT nas urnas.
Dos prefeitos da Região Metropolitana da Grande Vitória, apenas Euclério Sampaio (MDB), de Cariacica, e Wanderson Bueno (Podemos), de Viana, anunciaram publicamente que serão candidatos à reeleição.
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