Ex-secretário estadual de Segurança Pública, coronel Alexandre Ramalho já decidiu: quer se filiar ao PL para disputar a Prefeitura de Vila Velha. Após se divorciar do Podemos e flertar com o Republicanos, Ramalho engatou um namoro relâmpago com o PL e já assumiu compromisso.
E, ao iniciar o romance com a legenda presidida no Estado pelo senador Magno Malta (PL), ele automaticamente também se divorcia do grupo político do governador Renato Casagrande (PSB), onde esteve nos últimos cinco anos e disputou uma cadeira à Câmara Federal.
A linguagem “romântica” do início desta coluna não é por acaso. Ramalho vai para o partido do ex-presidente Bolsonaro – a quem admira –, que costuma fazer analogias entre a relação conjugal e a política. E é de Bolsonaro e de Magno Malta que Ramalho aguarda o aval para assinar sua ficha de filiação.
“Fui muito bem acolhido, foi muito boa a conversa com o senador Magno Malta, com propostas voltadas para o município de Vila Velha. Da minha parte, estou muito inclinado a ir pra lá. Dependo dessa consolidação, via estadual e nacional, e semana que vem tem uma conversa definitiva”.
Ao que tudo indica, Ramalho deve mesmo disputar a Prefeitura de Vila Velha. “Estou muito tendencioso de disputar em Vila Velha, se isso realmente se consolidar”.
O que diz o PL
No que depende do PL, parece também estar tudo acertado. Questionado pela coluna se filiaria o coronel, o senador Magno Malta respondeu em nota:
“Ele conversou com o PL, foi bem recebido, ouviu tudo sobre o espectro político do partido e disse que se identifica com os nossos valores conservadores. Uma vez assinando a ficha de filiação, ele fará parte da ‘família bolsonarista’ formalmente e se tornará nosso pré-candidato”, disse o presidente estadual do PL.
A aproximação com o PL é recente. Ramalho tinha começado a conversar com o Republicanos e por várias vezes se reuniu com o presidente estadual da sigla, Erick Musso, e com o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), para tratar de política.
Ele não disse, exatamente, o que o motivou a seguir com o PL. “São conjecturas políticas, entendi que o caminho mais forte seria com o PL, tem pautas que eu comungo, da direita, da família, do conservadorismo. Mas agradeço muito a conversa que tive com o Republicanos e com o PP”.
Nos últimos dias, Ramalho começou a dar sinais da aproximação com o PL. Em suas redes sociais, publicou mensagens de admiração a Bolsonaro – no dia da manifestação convocada pelo ex-presidente em São Paulo – e também postagens em solidariedade ao deputado estadual Capitão Assumção (PL), preso na semana passada por descumprir determinação judicial do STF.
De saída
No dia 16 de fevereiro, Ramalho comunicou sua saída do Podemos, partido que faz parte da base aliada do governo Casagrande. Com isso, abriu mão também da 1ª suplência de deputado federal. Ele foi candidato a uma cadeira na Câmara Federal, mas a legenda só conseguiu fazer duas cadeiras – Gilson Daniel e Victor Linhalis.
No início do mês, ele já tinha deixado a Segurança Pública, pasta que comandava desde o mandato anterior de Casagrande. Na ocasião, foi dito que ele sairia para se dedicar a projetos políticos.
Ramalho chegou a sinalizar que estaria constrangido de conversar com alguns partidos estando à frente da pasta. Mas em nenhum momento disse que poderia ir para um grupo oposto ao de Casagrande.
À época, o nome de Ramalho era cotado para disputar a Prefeitura de Vila Velha ou a Prefeitura de Vitória. Com a saída do Podemos – que é o partido do atual prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo – aumentou a aposta de que Ramalho disputaria o município canela-verde.
LEIA TAMBÉM:
ENTREVISTA: “Minha decisão não tem volta”, diz Ramalho sobre saída do Podemos