Disputa em Colatina: “Eu posso sim ser candidato”, diz Meneguelli

Sergio Meneguelli / crédito: Ales

O deputado estadual Sergio Meneguelli (Republicanos), que é ex-prefeito de Colatina, admitiu que pode ser candidato novamente à prefeitura no pleito deste ano. Conforme a coluna noticiou ontem, Meneguelli é um dos nomes lembrados na política colatinense, mas ainda não tinha falado publicamente sobre a disputa.

“Eu posso sim ser candidato. Em todas as pesquisas, eu saio na frente, inclusive com vantagem. Mas, isso a gente está definindo ainda. Eu defino sempre na última hora, porque acho que nadar muito agora é morrer na praia. Tenho prazo para bater o martelo, nem começou o período das convenções ainda”, disse Meneguelli à coluna De Olho no Poder.

Hoje, há quatro nomes que já se movimentam para a disputa: o atual prefeito, Guerino Balestrassi (MDB); o ex-deputado Renzo Vasconcelos (PSD); o contador Luciano Merlo (PL) e o empresário Vinícius Bragatto (Novo). O PT ainda vai definir se terá candidatura própria, com o nome do ex-deputado Genivaldo Lievore, e Meneguelli que ainda é uma incógnita, embora não descarte disputar novamente.

Meneguelli foi prefeito do município entre 2017 e 2020 e não disputou a reeleição. Também não apoiou nenhum candidato como seu sucessor, mas continua com bom capital político no município.

Prova disso foi a votação extraordinária que teve como deputado estadual em 2022: foram 138.523 votos – o mais votado da história da Assembleia Legislativa –, sendo 25.181 votos apenas no seu município. Só a título de comparação, o segundo mais votado em Colatina para o mesmo cargo, Vinícius Bragatto, somou 7.186 votos.

Meneguelli disse que tem dialogado sobre as eleições com outros players políticos e se movimentado, politicamente. Nesse final de semana, Meneguelli fez aniversário e um vídeo foi postado em suas redes sociais lembrando os feitos dele como vereador e prefeito. Foi uma homenagem feita por aliados, mas não deixa de ter um tom político. Ou melhor, de marketing político.

“Eu tenho feito visitas, tenho conversado com todos os lados políticos de Colatina. Agora, é como se diz: ‘Ser ou não ser, eis a questão’. É o que eu tenho para falar agora, que eu posso sim ser candidato, como também posso não ser”, explicou Meneguelli.

Segundo ele, há uma “pressão” do eleitorado colatinense por sua volta. “Meu nome em Colatina virou ‘Volta, Serginho’. Tem uma pressão muito grande, sabe? Fico impressionado com os jovens nas escolas pedindo para eu voltar. Nos supermercados onde eu vou, enfim… Isso é motivo de muito orgulho”.

E o partido?

Renzo e Meneguelli / crédito: Instagram

Meneguelli faz parte do diretório municipal do Republicanos em Colatina. Ele é o vice-presidente. Mas, o presidente da legenda no município é Pergentino Júnior, que vem a ser pai de Renzo Vasconcelos (PSD), pré-candidato a prefeito de Colatina.

Em entrevista para a coluna, Renzo disse que espera contar com o apoio do Republicanos, com quem já tem conversado, inclusive com Meneguelli, há algum tempo. “Precisamos estar unidos na mesma direção e o PSD caminhará com o Republicanos”, disse ele.

Republicanos é um partido de médio porte. Tem 43 deputados na Câmara Federal e conta com uma boa fatia de recursos para financiamento de campanhas e de tempo de TV considerável. Em Colatina, há uma emissora de TV sediada no município, o que permite que os candidatos tenham propaganda e programa eleitoral televisivos.

A formação do diretório do partido teria contado com a anuência de Meneguelli, que disse agora ser um “dilema” a ser tratado. “Eu continuo no Republicanos e o pai do Renzo é o presidente do partido. Esse é o dilema. Mas, se eu for candidato, não vai ter uma disputa (interna). Renzo chegou a falar que se eu fosse candidato ele me apoiaria e nem seria (candidato). Isso ele falou tem um tempo, não sei se mantém”, disse Meneguelli.

O deputado disse acreditar que o Republicanos, em Colatina, tenha candidatura própria ou ao menos entre na chapa majoritária como vice e que mesmo que não seja candidato, não estará fora do jogo: “Não tenho nada definido ainda, mas não estou fora da sucessão. Acredito que se o partido Republicanos em Colatina não for cabeça de chapa, deve ser pelo menos vice, alguma coisa assim”.

“Meneguelli tem prioridade”, diz Erick

Erick Musso / crédito: Rede Vitória

O presidente estadual do Republicanos, Erick Musso, disse à coluna qual é hoje a posição do partido com relação a Colatina. Segundo o dirigente, Meneguelli não teria comunicado que gostaria de ser candidato e que, por isso, hoje a legenda caminha com Renzo. Porém, fez uma ressalva.

“Hoje nós estamos com Renzo, por decisão do próprio Serginho. Se Serginho disser que quer ser candidato, vamos dar legenda a ele, ele tem prioridade e Renzo sabe disso. Mas ele nunca tratou disso no partido. Nunca falou: ‘Erick, quero ser candidato”, disse o presidente.

Como Meneguelli disse que deveria decidir na última hora se seria ou não candidato, a coluna questionou a Erick Musso se haveria uma data limite para definir a situação do Republicanos em Colatina. Erick disse que não, mas que irá chamar Meneguelli para tratar do assunto e definir um prazo.

Oficialmente, é apenas durante o período das convenções partidárias (de 20 de julho a 5 de agosto) que os partidos definem candidaturas, chapas e coligações. Na prática, porém, essas decisões e acordos ocorrem bem antes, na pré-campanha, até porque o período da convenção é curto para iniciar diálogos e negociações.

Em alguns municípios, o Republicanos vai realmente fazer uma dobradinha com o PSD de Renzo, como na Serra e em Aracruz. Mas se Meneguelli entrar na disputa em Colatina embola o jogo. Internamente, ele é considerado competitivo pelo partido, que vê a possibilidade de conquistar o comando de uma prefeitura de médio porte no Noroeste do Estado.

Além disso, seria uma forma de “compensar” Meneguelli pela eleição de 2022, quando o Republicanos retirou sua pré-candidatura ao Senado, sob protestos do ex-prefeito que teve de disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa.

Se Meneguelli entrar mesmo na disputa, o Republicanos estará concorrendo, com candidatura própria, em oito das 11 maiores prefeituras do Estado, ficando de fora apenas em Vila Velha, Cariacica e Viana.

 

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