Filho de Vidigal deixa comando do PDT: “Não me identifico com candidatura de Weverson na Serra”

Weverson e Eduardo Vidigal na passagem do bastão: nos bastidores, divergências

Com dois meses à frente da presidência do PDT no Estado, o advogado Eduardo Vidigal deixou o comando do partido. E o motivo tem potencial para gerar um racha na sigla e impactar na campanha do maior colégio eleitoral do Estado: Ele é contra a pré-candidatura à Prefeitura da Serra de Weverson Meireles (PDT), que foi escolhido pelo prefeito Sergio Vidigal (PDT) para sucedê-lo nas eleições deste ano.

Dudu Vidigal, como é conhecido, citou suas razões: “Eu achei melhor sair porque não concordo com a candidatura do Weverson. Então, prefiro me afastar desse processo eleitoral. Tenho minhas opiniões e meus ideais e acho que o partido vai diminuir com o mesmo (Weverson)”, disse Dudu ao ser questionado pela coluna De Olho no Poder sobre o motivo de ter abandonado o barco.

Ele contou que sempre foi contra o lançamento de Weverson para disputar a Prefeitura da Serra. Disse que, desde o início, não se identificou, embora tenha enfatizado que a relação com Weverson é tranquila.

“Eu, como presidente, preciso me identificar com o candidato e desde o momento que começou a fazer esse movimento (de lançamento de Weverson), eu me posicionei de que não era a favor, mas a maioria decidiu por ele. O nome não é competitivo, é uma pessoa que não é conhecida na cidade”, alegou Dudu.

Questionado sobre quem então defendia para estar no lugar de Weverson como pré-candidato, Dudu disse que todos esperavam que Vidigal disputasse a reeleição e que o partido não construiu outro nome para a disputa. “O PDT não construiu nome pra Serra. A gente esperava que fosse o doutor Sergio, aí vieram essas surpresas, não sei se agora ele vai conseguir transferir voto”.

No mês passado, a Rede Vitória, em parceria com o Instituto Futura Inteligência, divulgou pesquisa de intenção de votos na Serra. Vidigal, mesmo não sendo candidato, apareceu na frente e venceria em qualquer cenário – 1º ou 2º turnos, cenários espontâneo ou estimulado.

Porém, com a substituição do nome de Vidigal por Weverson, o cenário muda. Weverson não atinge 2% nas intenções de voto do 1º turno e, no 2º, perde para brancos e nulos. Veja a pesquisa completa aqui.

Sobre se haveria chance do prefeito recuar em sua decisão e assumir o lugar de Weverson para disputar a Prefeitura da Serra novamente e tentar um quarto mandato, Dudu respondeu que a chance é “remota”. “É uma decisão dele, eu respeito”.

Vidigal assume o partido

Prefeito Sergio Vidigal

O filho mais velho de Vidigal, que é diretor-geral do Ipem-ES, já vinha dando sinais de que poderia deixar o comando da sigla. No dia 3 de junho, ao conversar com a coluna sobre candidaturas do PDT no Estado, ele disse que “ainda” estava na presidência do partido.

Ao ser questionado se haveria mudanças, sinalizou que sim, mas não falou o real motivo. Disse apenas que tinha outros compromissos e que não estaria conseguindo conciliar as coisas, sem dar mais detalhes.

Segundo Dudu, Vidigal assumiu o comando do partido. O prefeito deve permanecer na presidência até a convenção estadual que deve ocorrer após as eleições municipais.

“Já tinha conversado com o doutor Sergio e sugeri dele voltar. Ele tem muito acesso ao Lupi (Carlos Lupi, presidente nacional do PDT) para trazer recursos para as campanhas no Estado. E o partido também era mais redondinho quando ele estava na presidência”, disse Dudu, no que parece ter sido também uma alfinetada na gestão de Weverson à frente da legenda.

Até ser lançado como pré-candidato a prefeito da Serra, no dia 16 de março, Weverson era presidente estadual do PDT, tendo Dudu como vice. No dia 21 de março, Weverson deixou a presidência para se dedicar à pré-campanha e Dudu assumiu o comando.

O advogado disse que permanece no PDT e que não houve embate e nem conflito interno com sua decisão. Porém, vai ficar de fora do processo eleitoral. Ele teria comunicado apenas ao pai sobre sua decisão. “Conversei com o Sergio, com quem construiu tudo, que entrou na vida pública sem ser empurrado”.

Weverson e o prefeito Vidigal foram procurados pela coluna para comentar sobre o caso, mas até o momento, não retornaram aos contatos.

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