Após ficar órfão de candidatura majoritária a prefeito – com a desistência do pré-candidato Sergio Majeski –, o PDT virou a noiva da eleição de Vitória. O partido está sendo cobiçado pelas siglas de centro e esquerda em busca de apoio, ou melhor, em busca de um “sim” para selar o casamento.
Os pré-candidatos Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) e João Coser (PT) já entraram em contato com a sigla. O tucano foi recebido ontem (10) pelo presidente municipal do PDT Vitória, Junior Fialho, para uma reunião. Pediu apoio do PDT para sua pré-candidatura.
Hoje, Luiz Paulo conta com o apoio, além do PSDB, de outros cinco partidos: Cidadania (que está federado com o PSDB), União Brasil, PSB, PSD e MDB. O PSB e o PSD tinham pré-candidatos próprios – os deputados Tyago Hoffmann e Fabrício Gandini, respectivamente. Mas, os dois também abriram mão da disputa.
“Nós conversamos com o Luiz Paulo, ele quer o apoio do PDT. Falei com ele que iremos ouvir os nossos pré-candidatos a vereador e que iríamos apresentar uma carta de intenções do nosso partido”, disse Fialho.
Ontem mesmo o dirigente se reuniu com a militância e com os pré-candidatos do PDT, que querem uma agenda para ouvir Luiz Paulo. O partido também definiu que não irá lançar candidatura própria, que vai dar preferência para caminhar com os partidos de centro-esquerda e que quer que o pré-candidato escolhido adote a carta de intenções com os pontos fundamentais da sigla.
“Disputar sem um projeto construído não dá. Com a saída do Majeski, o partido ficou meio órfão. Mas vamos, com certeza, escolher uma das correntes de oposição ao atual prefeito”, disse Fialho.
Entre os pontos da carta de intenções – que será apresentada aos pré-candidatos e a expectativa é que seja absorvida nos programas de governo – está a defesa por educação em tempo integral, mais creches no município, programa de segurança pública de qualidade e mobilidade para a cidade.
Questionado se a legenda pediria espaço na chapa (indicação de vice) ou na administração caso o escolhido ganhe a disputa, Fialho disse que não foi tocado nesse assunto na reunião.
A assessoria do pré-candidato do PT, João Coser, também entrou em contato com Fialho para agendar uma reunião. A data chegou a ser marcada, mas precisou ser adiada. O PDT também quer ouvir o pré-candidato petista.
A coluna apurou que a militância pedetista estaria bem dividida entre apoiar Luiz Paulo ou Coser. Mas, há mais gente interessada em levar o PDT para o altar.
Procurada pela coluna, a assessoria do Podemos disse que pretende conversar com todos os partidos, entre eles o PDT, para fortalecer a pré-candidatura à Prefeitura da vice-prefeita Capitã Estéfane. Mesmo sendo um partido de centro-direita, o partido tem interesse na aliança com o PDT. Porém, o Podemos ainda não entrou em contato com os pedetistas.
O Psol também pretende fazer o mesmo movimento. A deputada estadual e pré-candidata à prefeita Camila Valadão disse que a militância está disposta a conversar e que a direção do Psol deve entrar em contato com o PDT em breve.
“Majeski é passado”
A militância pedetista de Vitória parece ter ficado bastante magoada com o recuo de Majeski e, principalmente, com a forma como ele anunciou a desistência da pré-candidatura a prefeito.
O presidente do PDT de Vitória disse que os filiados pensaram até em gravar um vídeo para responder à live que o ex-deputado gravou no final de semana sobre o assunto, mas depois desistiram.
“Pra gente, Majeski já é passado. Até pela postura dele, a gente não quer nem mais citar o nome dele, pra não dar palanque. Ele quer sair como vítima de um processo que o único culpado é ele. Saiu atirando, parece até que está a serviço de alguém”, disse Fialho.
Numa carta endereçada aos eleitores de Vitória, Majeski justificou sua desistência da disputa alegando que o partido não lhe deu estrutura para competir e que o prefeito Sergio Vidigal – maior liderança do partido – passou a não lhe atender.
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