Serra: Audifax fica neutro, mas militância do PP deve caminhar com Muribeca

Lideranças do PP e do Republicanos com Pazolini e Cris Samorini: parceria / crédito: PMV

Na tarde desta quinta-feira (10), o ex-prefeito Audifax Barcelos (PP) reuniu a imprensa para anunciar que ficará neutro na eleição de segundo turno da Serra. Audifax disse que a cidade corre riscos com os dois projetos que disputam a prefeitura e que não apoiará nem Weverson Meireles (PDT) e nem Pablo Muribeca (Republicanos).

Audifax ficou em terceiro lugar no primeiro turno, com 58.643 (23,96%) votos. A votação não foi suficiente para chegar à sua etapa – foram 3.047 votos de diferença do segundo colocado – mas é um capital político que não pode ser desconsiderado numa eleição que promete ser bastante acirrada.

O pronunciamento de Audifax foi ao lado do presidente estadual do PP, deputado federal Josias da Vitória, que foi quem pediu que o ex-prefeito adiasse o anúncio de seu posicionamento (seria ontem) para que desse tempo de chegar de Brasília, conversar e participar.

Audifax e a esposa em pronunciamento sobre 2º turno na Serra / crédito: Thiago Soares/FV

Da Vitória foi questionado sobre o posicionamento da legenda, dos dois vereadores eleitos pelo PP e da militância, e disse que, para eles, segue a mesma orientação, desconversando, porém, ao ser questionado se haveria punição a quem desobedecesse.

Esse é o posicionamento oficial do PP. No entanto, nos bastidores, é grande a chance da militância do Progressista caminhar com Pablo Muribeca. Inclusive a vereadora reeleita Raphaela Moraes (PP) já faz oposição ao grupo de Vidigal, na Câmara da Serra.

Minutos após o anúncio de Audifax, que começou às 15h, PP e Republicanos se reuniram no gabinete do prefeito reeleito Lorenzo Pazolini (Republicanos), ao lado do presidente do PP de Vitória, Marcos Delmaestro, do deputado federal Evair de Melo (PP), da vice-prefeita eleita Cris Samorini (PP) e do presidente estadual do Republicanos, Erick Musso.

A pauta foi para consolidar Cris Samorini como coordenadora da equipe de transição de governo, mas também teria sido tratado sobre a liberação, informal, da militância do PP na Serra para poder atuar com Muribeca.

O PP é o principal partido da base do prefeito reeleito Lorenzo Pazolini (Republicanos). É o maior aliado e indicou a vice na chapa. A aposta é que o partido ocupe um bom espaço na próxima gestão e, até por isso, já era esperada uma dobradinha na Serra.

Mas, como Audifax firmou posição de não apoiar ninguém, Da Vitória, endossou a decisão oficialmente. Nos bastidores, mais em respeito ao ex-prefeito. Mas, ele não deve impedir que correligionários, se assim quiserem, caminhem com o partido aliado e com Muribeca.

Militantes do PL devem seguir a mesma linha

Igor Elson (esq) declarou neutralidade no 2º turno

O mesmo deve ocorrer com o PL. O ex-candidato Igor Elson (PL) gravou um vídeo ontem (09) dizendo que também ficaria neutro no segundo turno da Serra. Ele teve 18.751 votos e ficou em 4º lugar no primeiro turno.

Porém, hoje, o PL encaminhou uma nota à imprensa afirmando que não fechou com ninguém no segundo turno, mas que rejeita qualquer gestão sob o comando do PDT, a quem acusa de “perseguir” o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Num outro trecho da nota, o partido diz que não se opõe ao apoio “de quem compartilha a mesma luta contra o esquerdismo, focando na renovação e no futuro da Serra”. Indiretamente, o partido aponta para uma “simpatia” à candidatura de Muribeca, já que Weverson é do PDT e representaria o “esquerdismo”.

 

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