Dois grupos já se articulam para a disputa pela presidência da Câmara da Serra

Saulinho da Academia e Rodrigo Caldeira: articulações pelo comando da Câmara

O município da Serra ainda não definiu quem será seu futuro prefeito, mas, na Câmara dos Vereadores já começaram as articulações entre os eleitos para a disputa pela presidência da Casa. Segundo a coluna De Olho no Poder apurou, há pelo menos dois grupos em formação de olho na vaga de presidente.

Um dos grupos seria liderado pelo atual presidente da Câmara, Saulinho da Academia (PDT), que foi reeleito como o vereador mais votado do município, alcançando 8.244 votos. Saulinho está em seu primeiro mandato como presidente, é da base do prefeito Sergio Vidigal e apoia Weverson Meireles (PDT) a prefeito.

O outro grupo seria liderado pelo ex-presidente da Câmara Rodrigo Caldeira (Republicanos), que comandava a Câmara antes de Saulinho. Ele foi reeleito com 3.587 votos e faz parte da base do candidato a prefeito Pablo Muribeca (Republicanos).

Embora os dois estejam em lados opostos, não se trataria de uma disputa entre a base de Vidigal/Weverson x base de Muribeca. Até porque o grupo de Vidigal conseguiu eleger a maioria das cadeiras – se Weverson for eleito prefeito terá ao menos 17 vereadores ao seu lado – e não teria dificuldades de eleger o presidente da Câmara.

A questão é que, nos bastidores, não haveria consenso, entre os aliados de Vidigal, com relação ao nome de Saulinho. Há um grupo de vereadores insatisfeitos com a gestão do atual presidente, que o critica por não cumprir acordos e por levar as demandas e os embates do Legislativo para o lado pessoal.

Esse grupo, mesmo apoiando Weverson, teria se aproximado de Caldeira e estaria dando apoio para que ele voltasse à presidência. Caldeira também teria o apoio de outros vereadores novatos que estão na base de Muribeca. O grupo dele chegaria a um terço da nova Câmara.

Questionado pela coluna, Caldeira admitiu que as movimentações de olho na presidência do maior Legislativo municipal do Estado já começaram.

“A disputa pela presidência da Câmara começou antes da eleição do 1º turno, com gente já pedindo voto. Os colegas lembram do meu nome com carinho porque eu fui parceiro, mas ainda não estou trabalhando com isso, estou focado no segundo turno. Mas, se os colegas acharem que meu nome é o melhor nome, se for consenso, vamos conversar e pensar com carinho. Mas, tem gente trabalhando pesado (pela presidência da Câmara), eu não estou”, disse Caldeira.

Câmara da Serra

Vai ter reunião no sítio?

Já é tradição, na disputa pela presidência da Câmara da Serra, os vereadores eleitos deixarem suas casas no final do ano e se isolarem num sítio ou numa casa de praia para fecharem a chapa ou as chapas – quando há mais de um grupo na disputa.

Na última eleição pelo comando da Casa – quando Saulinho foi eleito –, os vereadores se reuniram numa casa de praia em Nova Almeida durante o recesso de julho de 2022 e decidiram antecipar a eleição da Mesa Diretora daquele ano, de novembro para agosto.

Os vereadores conseguiram chegar a um acordo e formar uma chapa única, liderada por Saulinho. Mas o consenso só chegou após um mês de muita confusão, sessões esvaziadas, discussões acaloradas e reuniões secretas.

Segundo um vereador relatou à coluna, já tem conversas por parte de um grupo de vereadores de ir para um sítio, após a eleição de 2º turno (27), para alinhar a disputa pela Mesa Diretora.

A coluna apurou que a antecipação do debate pelo comando da Câmara fez com que o Executivo chamasse a atenção de sua base.

Foco no 2º turno

Weverson e Muribeca disputam o 2º turno na Serra

Nos bastidores, Saulinho e outros vereadores da base teriam sido chamados a atenção por estarem dedicando tempo e energia para debater a eleição da Casa em vez de focarem no segundo turno e na eleição do Executivo.

Isso porque a disputa promete ser acirrada, no voto a voto, e tanto Weverson quanto Muribeca contam com a militância nas ruas para convencer indecisos e virar voto.

Questionado pela coluna sobre as articulações para o comando da Câmara, Saulinho respondeu: “Quanto à presidência da Câmara não consigo dizer, eu particularmente estou focado em eleger Weverson”, afirmou.

Segundo alguns vereadores informaram à coluna, Weverson e Vidigal não devem se envolver na disputa pela Mesa Diretora agora. E, depois da eleição, caso o pedetista seja eleito prefeito, também é dúvida se ele influenciará na disputa.

Isso porque se ele tomar partido, entrará numa bola dividida, uma vez que, até o momento, não há consenso entre os aliados sobre quem ocupará o cargo de presidente. E tudo que um prefeito menos quer, no início do mandato, é ter problema com sua base aliada na Câmara.

Correndo por fora

Professor Rurdiney

Haveria ainda um terceiro nome correndo por fora. O vereador reeleito Professor Rurdiney (PSB) também estaria se movimentando, nos bastidores, para viabilizar o nome para o cargo de presidente.

Porém, segundo apurou a coluna, ele ainda não teria um grupo formado de apoio e estaria encontrando dificuldades porque seu partido só conquistou uma cadeira na Câmara, o que é pouco se comparado ao PDT de Saulinho que fez cinco vereadores e o Republicanos de Caldeira que fez três.

Ainda assim o nome dele foi lembrado por alguns eleitos. Questionado pela coluna, ele disse apenas que está focado em eleger Weverson. A eleição da Mesa Diretora ocorre após a posse dos vereadores eleitos, no dia 1º de janeiro do ano que vem.

 

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