Dois dias após a eleição que definiu o nome dos 21 novos vereadores de Vitória, as movimentações para eleger a próxima Mesa Diretora já começaram. Ontem (08), os parlamentares se reuniram informalmente após a sessão para debater assuntos da Câmara e, entre outras coisas, tocaram no tema da presidência da Casa.
Pelo menos cinco vereadores, entre reeleitos e novatos, já teriam o nome ventilado para o posto e alguns já estariam até se articulando para conseguir apoio, segundo alguns parlamentares revelaram à coluna. São eles: Luiz Emanuel Zouain (Republicanos), Davi Esmael (Republicanos), Anderson Goggi (PP), Armandinho Fontoura (PL) e o novato Aylton Dadalto (Republicanos).
Na última segunda-feira (07), a coluna De Olho no Poder antecipou que uma vez que a eleição de Vitória terminou no primeiro turno, o próximo passo seria discutir a Mesa Diretora.
Procurado, Luiz Emanuel confirmou a movimentação e defendeu que o Republicanos, que é o partido do prefeito e elegeu uma das maiores bancadas de vereadores – três cadeiras, como PP e PSB que elegeram o mesmo número – fique com o posto da presidência.
“Eu, Aylton e o Davi vamos conversar para ser um de nós (presidente). O Republicanos quer a presidência da Câmara. Temos uma bancada muito forte”, disse Luiz Emanuel.
Questionado se iria disputar a presidência da Casa para o próximo biênio, Luiz Emanuel não confirmou. Mas também não descartou. “O meu nome foi colocado por estar no quarto mandato e porque eu sempre ajudei. Mas, tudo que se fala agora é especulação. Tudo pode acontecer. Creio na autonomia política do parlamento”, afirmou.
O vereador elogiou a presidência de Leandro Piquet (PP) afirmando que ele trouxe estabilidade à Casa. “Passamos os últimos dois anos com uma gestão tranquila, de estabilidade, que contemplou os vereadores. Dois terços retornam à Câmara e o resultado eleitoral tem tudo a ver com a gestão do Piquet”.
Ele defendeu que o próximo presidente do Legislativo seja um vereador experiente. “O resultado das urnas colocou todas as diferenças dentro da Câmara. A democracia venceu as eleições em Vitória, mas tem que ter uma pessoa muito experiente à frente porque o embate vai ser forte. Terá muita disputa ideológica, acho que o próximo presidente terá problema”.
Atual presidente da Casa, Piquet não disputou a reeleição e, por isso, tem ficado de fora das discussões sobre a presidência, uma vez que não estará no parlamento no ano que vem. Ele é cotado para compor a equipe de Pazolini no novo governo.
Piquet foi eleito para a presidência da Câmara em janeiro de 2023, após o então presidente eleito em agosto de 2022 – Armandinho Fontoura – ser preso numa operação da Polícia Federal determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Armandinho foi acusado de pertencer a uma suposta milícia digital privada de ataques a instituições e à democracia.
Armandinho até tentou uma autorização judicial para assumir a presidência da Câmara, mas não teve sucesso. Após a prisão ele também foi afastado do cargo de vereador. Nesse ano ele se filiou ao PL, concorreu e recuperou o mandato.
Davi Esmael já foi presidente da Câmara. Sua gestão ocorreu no primeiro biênio deste mandato (2021-2022) e, sob seu comando, a Câmara ganhou visibilidade nacional por conta de algumas polêmicas protagonizadas principalmente pelo ex-vereador e hoje deputado Gilvan da Federal.
Davi é aliado de primeira hora do prefeito Pazolini. No parlamento, muitas vezes assume, informalmente, o papel de líder na defesa do governo.
Goggi também é aliado de Pazolini e faz parte do PP, partido que está na coligação do prefeito e elegeu a vice-prefeita Cris Samorini.
Quando seu partido entrou formalmente na base do prefeito, Goggi chegou a ser sondado para assumir uma pasta na gestão, mas recuou.
Já Dadalto é advogado e vai assumir pela primeira vez um mandato de vereador. Mas, embora seja novato, ele foi o segundo vereador mais bem votado da Câmara, com 5.218 votos, ficando atrás apenas de Karla Coser (PT), reeleita e campeã de votos (7.256).
Embora não tenha experiência política, sua boa votação o cacifa para a disputa à presidência da Câmara. Ele também é do partido do prefeito.
A eleição do novo presidente acontece no dia 1º de janeiro, após a posse dos vereadores.
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