Após serem chamados a atenção e serem obrigados a paralisar as articulações na Câmara da Serra para focar na eleição de prefeito, os vereadores eleitos e reeleitos do maior município do Estado voltaram a discutir sobre a eleição da Mesa Diretora e, principalmente, sobre o cargo de presidente.
A eleição é só em 1º de janeiro, mas, conforme a coluna já noticiou, as movimentações começaram antes mesmo da eleição dos vereadores e estão a todo vapor, com reuniões, articulações e negociações. Dois grupos se formaram visando conquistar o comando do Legislativo.
Um deles é liderado pelo atual presidente da Câmara, Saulinho da Academia (PDT), que foi reeleito como o vereador mais votado da Serra, com 8.244 votos.
Ao contrário da primeira entrevista dada à coluna em que desconversou sobre o tema, agora ele já se coloca no jogo, diz que tem o apoio necessário dos colegas e do prefeito eleito, Weverson Meireles (PDT), para se reeleger.
“Hoje tenho a maioria comigo. Não há motivos para mudanças. Tivemos diversos avanços na Casa, como a implantação do primeiro Procon Legislativo, intérprete de libras na sessão e, com o bom diálogo com o Executivo, pautamos e aprovamos projetos relevantes pra cidade”, disse Saulinho.
O presidente é da base aliada do prefeito Sergio Vidigal (PDT) e afirmou que tem ao seu lado 14 vereadores que o apoiam à reeleição, mas não informou quem seriam. “São da base”, disse, apenas. Saulinho está em seu primeiro mandato como presidente.
Questionado se Weverson o apoiaria, afirmou sem hesitar: “Sim, é natural. O PDT fez a maior bancada”, disse, referindo-se aos cinco vereadores eleitos pelo partido. Perguntado mais uma vez se ele, especificamente – e não o partido –, receberia o apoio de Weverson, respondeu: “Com certeza”.
A coluna apurou que o segundo grupo, que também teria interesse na disputa pelo comando do Legislativo, seria formado também por vereadores da base, mas que estariam insatisfeitos com a gestão de Saulinho. A maior reclamação seria que Saulinho não estaria cumprindo acordos.
Entre os insatisfeitos, estariam: Professor Rurdiney (PSB), Jefinho do Balneário (Podemos) e Wellington Alemão (Rede), que estariam tentando formar um outro grupo para bater de frente com Saulinho. Esse grupo estaria próximo de Rodrigo Caldeira (Republicanos), que também tem interesse em voltar à presidência. Caldeira foi o antecessor de Saulinho.
Do mesmo partido, Caldeira apoiou Pablo Muribeca (Republicanos) na disputa a prefeito, o que deve ser um impeditivo para que ele avance nas negociações pelo comando da Casa. Como a base de Vidigal/Weverson tem maioria – pelo menos 18 dos 23 vereadores eleitos –, a chance de um nome da oposição presidir a Câmara é quase nula.
Sobre ter um grupo de insatisfeitos com sua gestão, Saulinho citou Jesus: “Não tenho problema com nenhum vereador, trato todos com igualdade. Se tem alguém insatisfeito não estou ciente, mas acredito que seja natural, nem Jesus agradou a todos”, afirmou.
Deputado agindo nos bastidores?
Saulinho disse que o deputado estadual Xambinho (Podemos), que também é aliado de Vidigal, estaria por trás do grupo dos vereadores insatisfeitos. Nos bastidores, haveria um atrito entre Xambinho e Saulinho porque o vereador teria a intenção de ser candidato a deputado estadual na próxima eleição e disputaria voto e reduto eleitoral com Xambinho.
Xambinho foi procurado pela coluna e negou estar influenciando na eleição da Câmara: “Eu sou deputado, quem vota são os vereadores. O presidente só tem que ser do nosso grupo. Não tem nada disso, não. Estávamos focados no segundo turno. Agora é hora de comemorar a vitória. Depois pensa nisso”, disse o deputado.
Weverson foi procurado para comentar a respeito do assunto, mas não retornou aos contatos da coluna.
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