Weverson x Muribeca: Quem mais conquistou os “votos órfãos” do 1º turno?

Muribeca e Weverson no debate

O grande desafio do segundo turno para Weverson Meireles (PDT) e Pablo Muribeca (Republicanos) era conquistar o “voto órfão” do 1º turno, aquele voto dado para outros candidatos que não passaram para a segunda etapa.

Somando a votação de todos os demais concorrentes, eram 86.001 votos em jogo, sendo a maioria (58.643) de eleitores do ex-prefeito Audifax Barcelos (PP), que ficou em terceiro lugar no pleito.

Os dois candidatos fizeram acenos para os eleitores do ex-prefeito, uma vez que Audifax declarou neutralidade no segundo turno, deixando livre seu eleitorado para escolher quem quisesse. As vereadoras eleitas pelo PP, Raphaela Moraes e Andréa Duarte, porém, declararam apoio a Weverson.

Já o PL – do vereador ex-candidato Igor Elson, que ficou em quarto lugar na disputa com 18.751 (7,66%) votos –, embora também tenha declarado neutralidade, repudiou o voto no PDT, dando assim um apoio indireto a Muribeca.

Lideranças e ex-candidatos do partido, como Carlos Manato, Coronel Ramalho e Cabo Cassotto (vice de Igor Elson na chapa) declararam apoio a Muribeca e levaram a militância bolsonarista e de grupos de direita e extrema-direita para a campanha.

O PT orientou voto em Weverson, após o então candidato do partido na Serra, Roberto Carlos – que ficou em quinto lugar com 7.513 (3,07%) votos – defender o apoio ao pedetista.

O PDT da Serra chegou a rejeitar qualquer aliança com o PT, mas até pela afinidade ideológica, é quase certo afirmar que o eleitor petista que foi às urnas no domingo tenha escolhido o PDT como opção.

Já o Partido Novo, que teve o candidato Wylson Zon na disputa, conquistando 919 votos (0,38%), fechou com Muribeca.

Quem conquistou esses votos?

Não é possível precisar exatamente como votaram e se votaram esses eleitores “órfãos”, até porque o voto é secreto. Mas, se for analisada a diferença entre a votação do segundo turno para o primeiro turno, em termos quantitativos, o resultado dá uma ideia de quem se beneficiou.

A diferença de votos conquistada pelos dois candidatos entre o 1º e o 2º turno foi de 69.521 a mais, sendo que 40.984 votos foram para Weverson e 28.537 foram para Muribeca.

Partindo do pressuposto que Weverson e Muribeca conseguiram manter o mesmo eleitorado no segundo turno, em números absolutos, Weverson foi mais eficiente em aumentar sua votação. Dos 69.521 eleitores a mais, 59% optaram por votar em Weverson no segundo turno.

Porém, quando a comparação é feita com relação ao desempenho dos candidatos no primeiro turno, proporcionalmente, Muribeca foi melhor.

Isso porque os votos a mais que Weverson teve no segundo turno correspondem a 42,21% da votação que ele teve na primeira etapa. Já com relação a Muribeca, esse acréscimo conquistado representa 46,25% com relação ao desempenho que ele teve no 1º turno.

Abstenção recorde

Para além dos “votos órfãos”, os candidatos também tinham o desafio de fazer com que o eleitor saísse de casa para votar e não anulasse o voto.

No primeiro turno, a abstenção foi de 98.344 eleitores, 27,12% do colégio eleitoral que tem 362.524 eleitores aptos a votar. Os votos nulos no primeiro turno somaram 9.132 e os em branco, 10.270.

A abstenção novamente bateu recorde. Com relação ao 1º turno, cresceu em 22,2%, somando 120.257 eleitores ausentes ontem (27) – uma parcela de 33,1% do eleitorado apto a votar. Só a título de comparação, os que não votaram formam um montante maior que a votação obtida por Muribeca no 2º turno.

No Brasil, o voto é obrigatório, mas os eleitores têm a oportunidade de justificarem a falta caso não compareçam ao local de votação. O preocupante é o desinteresse em participar de um momento tão decisivo para o futuro do município.

Com relação ao número de eleitores que anulou o voto ou votou em branco, esse dado diminuiu. Os votos nulos caíram de 9.132 para 7.434 (redução de 18,6%) e os que votaram em branco, de 10.270 para 6.535 (menos 36,3%).

 

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