Governador pede, mas Lula não dá definições sobre obras
O governador Renato Casagrande (PSB) fez exatamente o que havia anunciado que iria fazer: puxou os principais gargalos do Estado para o seu discurso, na intenção de sensibilizar o presidente Lula para que atue na articulação política – ou na canetada – para que obras importantes saiam do papel e ganhem corpo no Estado.
O governador citou a BR-101, a ferrovia EF-118, a BR-259 e outros investimentos que dependem do governo federal. Ele contou com a ajuda do ministro dos Transportes, Renan Filho, que, numa dobradinha, também citou as obras, reforçando o apelo.
Lula chegou a dizer que as rodovias e ferrovia irão sair, mas não deu prazo. “Você (Casagrande) tem três anos de mandato. Pode ficar certo que a gente vai resolver o problema das ferrovias que o Renan falou, vai resolver o problema das rodovias que ele falou…”, disse o Presidente, sendo interrompido por palmas puxadas pelo governador.
E Lula continuou: “Mas a gente quer resolver de forma prioritária a garantia de que nesse País nunca mais uma criança vai dormir com fome”. A não ser que tenham tratado algo nos bastidores, ao menos publicamente, não há datas e nem prazos para que as obras saiam do papel.
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Perly homenageado
Lula iniciou seu discurso dizendo o quanto estava alegre em reencontrar o petista e ex-deputado Perly Cipriano. Relembrou sobre o trágico acidente envolvendo sua comitiva, em 1999, no trajeto de São Mateus a Vitória, que acabou matando o deputado estadual capixaba Otaviano Carvalho e a assessora do PT, Elizabeth Lima.
Um caminhão bateu no carro onde estavam Otaviano, Elizabeth e Perly e pegou fogo. Perly foi o único sobrevivente do veículo, mas saiu com muitas queimaduras pelo corpo. Lula estava no carro da frente, que era dirigido por João Coser.
“Aquele foi um dos momentos mais tristes da minha vida e por isso que hoje eu fiquei feliz reencontrando Perly aqui, bonito, forte e com um boné vermelho na cabeça”, disse Lula, sob aplausos.
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Nem metade da bancada presente
Dos 13 parlamentares que formam a bancada federal capixaba, apenas cinco compareceram à cerimônia de entrega do Contorno do Mestre Álvaro. Além dos petistas – senador Fabiano Contarato (PT) e os deputados Helder Salomão (PT) e Jackeline Rocha (PT) –, compareceram o deputado e presidente do Podemos, Gilson Daniel, e o coordenador da bancada, Da Vitória (PP). Eles ocuparam lugares no palco.
Dos 30 deputados estaduais, apenas três foram vistos: os petistas João Coser (PT) e Iriny Lopes (PT) e Xambinho (Podemos), que também tiveram cadeira separada no palco. Na parte da manhã, ao ser questionado pela coluna De Olho no Poder se iria comparecer ao evento, Evair de Melo (PP) respondeu com uma única palavra: “Jamais”.
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Vaias e reprimendas
Fora os parlamentares do PT, todos os outros deputados foram vaiados ao serem anunciados. Sobrou até para o prefeito Sérgio Vidigal (PDT), que foi aplaudido, mas também foi vaiado pela plateia presente.
Depois, durante o discurso, o presidente Lula chamou a atenção da plateia: “A gente traz um deputado, um senador, de outro partido político, é importante que vocês não os tratem como adversários. Porque nós precisamos trabalhar junto com eles, dentro do Congresso Nacional. A gente vai disputar na época da eleição, mas depois da eleição eu preciso governar. De 513 deputados, o PT só tem 70, então, nós precisamos conversar com muita gente, convencer pessoas e é assim que a gente governa”.
Podemos faz parte da base aliada do governo Lula e o PP, embora sempre diga que é independente, tem ministro indicado no 1º escalão e entrega boa parte dos votos da bancada Progressista quando o governo precisa.
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Calor medonho
O termômetro na Serra marcava 31 ºC, mas a sensação térmica no meio da multidão que foi para a cerimônia era bem maior. Água estava sendo distribuída e também havia aparelhos de ventilação, como climatizadores, além de um posto médico montado. O calor estava tão forte, que muitos se abraçaram aos aparelhos para tentar se refrescar.
Os copinhos de água eram entregues somente abertos. Perguntada, uma funcionária que estava fazendo as entregas, explicou: “É para ninguém jogar na cabeça de ninguém”.
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Faixas, cartazes e boneco do Lula
Muitos militantes, que chegaram em ônibus fretados para o evento, levaram cartazes, faixas, Bíblia, bandeira do Brasil e até um boneco do Lula – que fez sucesso, com muita gente querendo tirar foto.
Como estava muito apertada a área separada para a plateia, muitos não conseguiram ficar com a faixa levantada por muito tempo, para não atrapalhar a visão de quem estava atrás. Em dado momento, começou um coro para que algumas pessoas descessem da cadeira.
Alguns cartazes foram entregues para assessores de Lula.
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Conta de padaria
O novo Contorno do Mestre Álvaro custou cerca de R$ 500 milhões, num trecho de 20 km. O que significa, que cada quilômetro para ficar pronto custou R$ 25 milhões. A obra demorou quatro anos para ficar pronta.
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