Somados, os quatro principais municípios da Grande Vitória possuem 1,1 milhão de eleitores, o que equivale a 40,97% do total no Espírito Santo. Desse número, 53,52% corresponde a mulheres. Entretanto, mesmo sendo maioria, o time feminino só mandou uma representante para o jogo eleitoral.
A professora Liu Katrini (PSOL) está sozinha no páreo em Vila Velha, onde terá de enfrentar Rodney Miranda (DEM), Rafael Favatto (PEN), Max Filho (PSDB), Vasco Alves (PPL) e Neucimar Fraga (PSD). Na cidade canela-verde, maior colégio eleitoral do Espírito Santo, há 316,6 mil eleitores, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Do montante, 53,7% são mulheres (170,2 mil).
Em Cariacica, a professora Célia Tavares (PT) era pré-candidata até sexta-feira (5). Nessa data, o partido resolveu mudar de ideia e dar andamento aos planos de João Coser (PT) e do deputado Nunes (PT) de apoiar o candidato da Rede, Marcos Bruno, que terá como concorrentes Juninho (PPS), Marcelo Santos (PMDB) e Adilson Avelina (PSB). A cidade tem 255,4 mil eleitores, sendo 52,9% mulheres (135,2 mil).
Em Vitória, onde há 232,82 mil eleitores (54% são mulheres) e Serra, que possui 308,1 mil eleitores (52,65% são mulheres), nenhum candidato é do sexo feminino. Na capital concorrem Luciano Rezende (PPS), Amaro Neto (SD), André Moreira (PSOL), Lelo Coimbra (PMDB) e Perly Cipriano (PT). Já na Serra disputam Audifax Barcelos (REDE), Sergio Vidigal (PDT) e Givaldo Vieira (PT).
“É mais do que provado que a não candidatura das mulheres tem muito a ver com o machismo, que ainda é muito forte na sociedade. Com isso, a maioria das candidaturas femininas só preenche a cota eleitoral”, comentou a candidata do PSOL em Vila Velha. Pela legislação, os partidos são obrigados a ter, no mínimo, 30% de candidatos de cada sexo.
Na visão de Iriny Lopes (PT), ex-ministra da Secretaria Especial de Políticas Para as Mulheres – a qual deixou em 2012 para disputar a Prefeitura de Vitória -, o que inibe as mulheres é a retaguarda. “Os homens apenas vão. As mulheres, para irem, não têm para quem passar a bola. Eles não têm tantas responsabilidades no mundo privado, com casa e filhos, e por isso podem se candidatar, pois têm as mulheres para cumprir esse papel secundário de apoio”, avaliou.
Para a ex- ministra, além das mulheres não terem tanto apoio, os partidos ainda são machistas, por serem dirigidos por homens. “A maioria não se preocupa se vai ter mulher ou não e ainda acha um saco ter de colocar mulher para cumprir a lei. Além disso, as condições que oferecem às mulheres são muito pequenas. Os homens têm mais estrutura porque milenarmente tiveram papel predominante”, comentou.
Iriny acredita que as mulheres têm tentado criar seus espaços, apesar das resistências. “Há indivíduos, segmentos e grupos que têm visão libertária, respeitosa e com sentido de igualdade. Mas eles ainda não são maioria, o que demonstra que nossa democracia continua capenga. Mulheres, negros e negras não são representados politicamente”, finalizou
Campanha do TSE estimula a participação feminina na Política