Ex-presos políticos de outros estados do país participaram nesta quinta-feira (22) na Assembleia Legislativa (Ales) de reunião extraordinária da Comissão Especial da Verdade da Ales. Eles fizeram relatos sobre torturas físicas e psicológicas sofridas durante a ditadura militar.
“A nossa comissão recebeu a herança de outra comissão realizada em 1998 ou pessoas que viveram aqui [No Espírito Santo] e que sofreram nas mãos da ditadura militar. Agora também estamos ouvindo pessoas de outros estados e contribuindo para enriquecer os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade”, frisou o deputado Cláudio Vereza, relator da Comissão da Verdade da Ales.
Entre os convidados presentes nesta quinta-feira (15) estavam os jornalistas Antônio Pinheiro Salles e Laurenice Noleto Alves, que divulgaram livros que escreveram sobre o tema. Antônio Pinheiro é autor de “Ninguém pode se calar” – uma reprodução dos depoimentos que ele deu à Comissão Nacional da Verdade (CNV). Já Laurenice Noleto Alves publicou “Memórias de sonhos e de lutas”.
Antônio Pinheiro e Laurenice Noleto ficam no Espírito Santo até segunda-feira (26), pois vão participar também de encontro da Rede Brasil Memória, Verdade e Justiça, que está sendo promovido pelo Fórum Estadual do Direito à Memória. O evento acontece no Centro de Formação Martina Toloni, na Prainha, em Vila Velha. Entre outros assuntos, os participantes vão fazer uma análise da pauta nacional sobre o tema e discutirão a morte do coronel Paulo Malhães, suspeito de ter sido assassinado por revelar a existência da Casa da Morte de Petrópolis (RJ) mantida pelos militares na época da ditadura.
Na sessão plenária da última terça-feira (20) foi lido ofício da Comissão da Verdade da Assembleia Legislativa no qual comunica a assinatura de acordo de cooperação técnica com a Comissão Nacional da Verdade. O objetivo, segundo o texto do documento, é promover a mútua colaboração entre as duas comissões para a apuração e esclarecimento de “graves violações” dos direitos humanos praticadas durante o regime militar.