Política

Comissão que investiga esquema de "rachid" na Câmara de Anchieta colhe depoimentos

A denúncia informa que o salário de um ex-assessor era de R$ 2 mil, mas ao receber ele 'devolvia' o dinheiro ao chefe de gabinete de um vereador, que o repassaria um valor de R$ 600

Comissão Processante se reúne pela terceira vez na Câmara de Anchieta. Foto: Divulgação

A Comissão Processante (CP) que investiga a suposta denúncia de esquema de ‘rachid” contra o vereador Dilermando Melo de Souza Junior (PMN), de Anchieta, se reuniu pela terceira vez nesta semana (15). Nas duas primeiras audiências foi organizado o planejamento de trabalho, nomeação de assessores, deliberação de diligências e aprovação do rol de testemunhas a serem ouvidas.

Já na terceira, foi ouvida a primeira testemunha da CP que durou cerca de 20 minutos. A audiência chegou a ser suspensa por 15 minutos ao confirmarem a ausência de duas outras testemunhas, inclusive do informante do suposto esquema, Antônio Marcos Soares Almeida, conhecido como Neguinho, ex-assessor do gabinete do vereador acusado. Por outro lado, todas as nove testemunhas de defesa do vereador estavam presentes.

A Comissão, após consultar a defesa, decidiu realizar nova audiência para ouvir as demais testemunhas no próximo dia 23 de outubro.

Faz parte da Comissão Processante os vereadores Roberto Quinteiro Bertulani (presidente), Robson Mattos dos Santos (relator) e Terezinha Vizzoni Mezadri (membro).

A denúncia

Vereadores de Anchieta, por unanimidade, acataram no dia 15 de setembro, denúncia sobre suposta prática de ‘rachid’ do vereador Dilermando Melo de Souza Junior (PMN). Nesta mesma sessão ordinária foi feito um sorteio, com participação popular, para abertura de uma Comissão Processante (CP).

A denúncia foi protocolada no dia 4 de setembro juntamente a um áudio que supostamente liga o vereador à prática de ‘rachid’, que é uma situação em que o político aproveita o cargo que ocupa para se apropriar dos salários dos seus assessores. O áudio apresenta um suposto diálogo entre o parlamentar e o ex-assessor de seu gabinete, Antônio Marcos Almeida.

A denúncia apresenta informações de que o salário do ex-assessor era de R$ 2 mil e que após o recebimento deveria ‘devolver’ a importância total ao chefe de gabinete do vereador, que o repassaria um valor de R$ 600, mesma quantia repassada a outro servidor. O ex-servidor público relatou, ainda, que não trabalhava exercendo a função de agente parlamentar no gabinete do vereador, pois trabalhava na empresa Sistermi Locação de Máquina e Equipamentos Ltda, localizada em Anchieta, com sede na Serra, nos horários das 07h às 17h e ganhava um salário mensal de R$ 1.200.