Um dos coronéis da Polícia Militar que assinou uma carta relatando desmotivação na corporação e falta de diálogo com o governo do Espírito Santo foi exonerado do cargo no Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciodes). Agora, o coronel Evandro Teodoro de Oliveira retorna ao quadro da corporação para prestar apoio ao Comando-Geral.
A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado desta quarta-feira (22) e é assinada pelo secretário de Estado de Segurança Pública, Alexandre Ramalho.
“O SECRETÁRIO DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL, no uso de suas atribuições legais, R E S O L V E: EXONERAR, de acordo com o artigo 61, § 2º, alínea “a”, da Lei Complementar nº 46/94, EVANDRO TEODORO DE OLIVEIRA do cargo de provimento em comissão de Gerente do Centro Integrado de Operações de Defesa Social, Ref. QCE-03, da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp)”.
Assume o cargo no Ciodes, o coronel Oberacy Emmerich Júnior. A nomeação também foi publicada no Diário Oficial do Estado desta quarta.
Em nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) disse que o coronel Evandro é um militar da ativa e, agora, retorna ao quadro da PM para prestar o devido apoio ao Comando-Geral, em atividades administrativas e operacionais.
O coronel Oberacy Emmerich, por sua vez, segundo a Sesp, está na reserva da Polícia Militar e já foi, em ocasião anterior, diretor do Ciodes, além de comandante-geral da PMES.
“Se trata de um profissional que agregará na integração entre as forças de segurança e ajudará muito na reforma e ampliação do Ciodes, que está em andamento. O ato já foi publicado em Diário Oficial e trata-se de movimentação normal dentro da atividade pública“, conclui a nota da Sesp.
15 coronéis da PM enviaram cartas conjunta ao secretário de Segurança Pública
No final de novembro, 15 coronéis da Polícia Militar enviaram uma carta conjunta ao secretário de Estado de Segurança Pública registrando reclamações e queixas relacionadas ao tratamento do Governo do Estado à categoria.
O documento, que o Folha Vitória teve acesso, descreve dificuldade de diálogo entre a atual gestão do Estado e a categoria.
Veja:
Em uma nova carta divulgada no dia 08 de dezembro, os coronéis da PM se dirigiram a sociedade e negaram que haveria a preparação para uma nova greve da corporação, como a que ocorreu em 2017.
“O que obviamente se trata de uma campanha caluniosa e difamatória perpetrada por interesses escusos, sem qualquer compromisso com a proteção da sociedade, o que não é o caso destes coronéis, fiéis defensores da lei e da ordem, da hierarquia e disciplina, conforme já se testemunhou no passado e até hoje por seus pares e subordinados. Quanto aos agentes responsáveis por tamanha leviandade serão adotadas as medidas judiciais próprias“, afirmam os coronéis.
O que diz a Sesp sobre a carta?
A secretaria de Estado da Segurança Pública informou que o documento do alto comando da Polícia Militar foi encaminhado ao secretário Alexandre Ramalho.
Ele, por sua vez, destinou a carta ao comandante-geral da PM, “instância a qual o mesmo deveria ter sido endereçado. O conteúdo será avaliado”.
Um dos pontos de reivindicação dos coronéis diz respeito às atuais condições salariais dos policiais no Espírito Santo. Em relação a reajuste, a secretaria disse que o governo do Estado está cumprindo rigorosamente o cronograma aprovado na negociação salarial em 2019.
Durante a entrevista ao programa “De Olho no Poder com Fabi Tostes”, transmitida no dia 02 de dezembro, na Jovem Pan News Vitória, o governador Renato Casagrande afirmou que os profissionais das forças de segurança do Estado estão recebendo os devidos reajustes, aprovados em março do ano passado e que serão concedidos até o final do ano que vem.
“Nós estamos aplicando o acordo que a gente fez com eles, que termina em dezembro de 2022. Já tivemos alguns aumentos, teremos outros ao longo de 2022, no meio do ano e no final do ano que vem”, frisou o governador.
Casagrande lembrou ainda que ficou impedido de conceder reajustes a outras categorias em função da lei federal 173/2020, editada pelo governo federal em contrapartida ao socorro financeiro concedido a Estados e municípios durante a pandemia.
“Estamos proibidos até 31 de dezembro deste ano de conceder qualquer aumento”, destacou.
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