Política

Correligionários, Paulo Hartung e Lelo comentam renúncia de Cunha

Filiados do mesmo partido de Eduardo Cunha, presidente afastado da Câmara dos Deputados, Paulo Hartung e Lelo Coimbra comentaram pedido de renúncia do peemedebista

Hartung em coletiva no Complexo Portuário Foto: TV Vitória

O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), e o deputado federal, Lelo Coimbra (PMDB), comentaram na tarde desta quinta-feira (7) a renúncia do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Conha (PMDB).

A manifestação de Hartung ocorreu em coletiva de imprensa, concedida após visita ao Complexo Portuário de Vitória, onde conheceu os equipamentos que serão utilizados no reinício das obras de dragagem e derrocagem do canal.

Na opinião do governador, o pedido de Cunha é uma boa notícia para o país. “Acho que o acontecimento de hoje ajuda a destravar a estrutura política do país, que está ‘travadérrima’, para que a gente possa mover as duas casas do Congresso Nacional, e votar as medidas que o país precisa votar, para que a gente tenha de novo a volta do investimento privado”, afirmou.

Segundo Hartung, o Brasil precisa reorganizar as contas públicas para ganhar credibilidade junto aos investidores nacionais e estrangeiros, e criar ambiente favorável para a aplicação de capital privado em obras de infraestrutura.

Já Lelo Coimbra, presidente estadual do PMDB, disse que a renúncia de Cunha demorou. “A renúncia dele é necessária do ponto de vista da normalização da Câmara e das acusações que pesam sobre ele e dos processos iniciados, com provas fartas e robustas”, disse.

Lelo disse ainda que o pedido de renúncia foi uma ação correta, necessária e que vai ocasionar na construção de uma presidência alternativa para a Câmara dos Deputados. “Que o próximo presidente consiga consolidar uma ação propositiva e determinante em relação às decisões que teremos que tomar, tendo em vista a crise financeira”, completou.

Eduardo Cunha renunciou ao cargo no início da tarde desta quinta-feira (7) em coletiva de imprensa com a justificativa de atender aos apelos de seus apoiadores. “Somente a minha renúncia poderá pôr fim a esta instabilidade sem prazo. A Câmara não suportará infinitamente”, disse na ocasião. 

Com a decisão de Cunha de deixar a vaga, a Câmara terá que convocar novas eleições no prazo de até cinco sessões plenárias.

O processo para afastar definitivamente o peemedebista começou em outubro do ano passado, quando o PSOL e a Rede entraram com uma representação alegando que ele havia mentido à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em que negou ser o titular de contas no exterior. 

Após o processo, marcado como o mais longo do colegiado ao durar oito meses, a cassação foi aprovada no dia 14 de junho, por 11 votos contra 9, no Conselho de Ética.