Política

CPI da Covid: Do Val defende cloroquina e Contarato faz duras críticas ao governo federal

Durante perguntas ao ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, os parlamentares deixaram claro diferentes posicionamentos em relação ao governo federal

Foto: Agência Senado

Os senadores capixabas Fabiano Contarato (Rede) e Marcos do Val (Podemos) participaram do segundo dia de depoimento na CPI da Covid, no Senado Federal. Durante as perguntas ao ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, os parlamentares evidenciaram como se posicionam em relação ao governo federal. 

Ao embasar a perguntar, Do Val defendeu o uso da cloroquina, remédio sem comprovação científica. O senador, que é da base bolsonarista no Senado, disse que utiliza o medicamento aos finais de semana por prescrição médica, e que uma boa parte dos médicos quer a liberdade de receitar o tratamento precoce. 

“É muito questionável quando fala da hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina. Remédios que não precisavam nem de receita nas farmácias, vendidos há mais de 50 anos e somente agora passaram a ser um problema (…). Todos os dias eu tomo vitamina D, vitamina C e finais de semana eu tomo uma hidroxicloroquina e uma ivermectina. Isso foi o médico que me receitou”, disse. 

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), fez uma ressalva à fala do senador. “O senador Marcos do Val falou que toma uma medicação e disse, nacionalmente, qual é a medicação. Eu recomendo a quem está ouvindo, se for tomar qualquer medicação, por favor, procure um profissional médico.” “Viu, Marcos. Como você é referência, as pessoas podem utilizar sem saber”, disse o presidente da sessão ao parlamentar.

Do Val também falou sobre o questionamento dos brasileiros sobre o atraso na compra de vacinas. Amenizando as cobranças sobre o governo federal, ele justificou que a aplicação da primeira dose no Brasil ocorreu um mês após o início da vacinação contra a covid-19 no mundo, em dezembro do ano passado.

Já o senador Fabiano Contarato fez duras críticas à gestão Bolsonaro e cobrou do relator da CPI, Renan Calheiros (MDB), a responsabilização de quem se omitiu no combate à pandemia. “A digital desse governo nessa quantidade de óbitos já está impregnada. E eu quero fazer um alerta nessa CPI que não é só para o presidente da República. ´É quem de qualquer forma tenha concorrido para essas mortes”.  

Sem citar nomes, Contarato também criticou parlamentares que defenderam o uso de medicamentos sem eficácia comprovada durante a sessão. “Quem faz ciência são os cientistas dentro dos laboratórios, pesquisando, debatendo, não é fazendo da população brasileira cobaia (…). Porque quando o governo repudia uma vacina com comprovação científica e difunde a utilização de uma medicação sem comprovação científica ele está sendo diretamente responsável”, defendeu.