A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, que apura a condução no governo na pandemia, encerrou seus trabalhos nesta quinta-feira (06), após uma intensa sabatina ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e a aprovação de 60 requerimentos de informação.
Queiroga não quis se manifestar sobre sua opinião a respeito da utilização da cloroquina no tratamento de pacientes com covid-19. A medida é uma das bandeiras defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro, mesmo sem que haja eficácia comprovada do medicamento.
Ao assumir uma postura de defensor do governo e, diante da pressão dos senadores, o ministro seguiu uma estratégia de apenas responder perguntas relativas à sua gestão na pasta, ou seja, de março pra cá.
Para o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP), Queiroga repetiu algumas vezes que não poderia opinar sobre determinados assuntos para não divergir do governo. “Fica patente que o ministro discorda, mas não tinha como dizer na CPI que divergia daquilo. Entendo essa limitação, mas me parece que esse depoimento foi importante para entendermos a sequência da atuação na pandemia”, disse.
Sobre o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello afirmou que ele está “determinado a não comparecer” à CPI. “Me parece que há determinação de Pazuello não comparecer essa comissão”, disse.
Queiroga: A política é do governo federal, não do Ministério da Saúde
Queiroga, disse que a política a ser implementada contra o novo coronavírus no País é “a do governo federal, não do Ministério da Saúde”. “Se o presidente da República pensar de forma diversa, ele é o presidente da República”, afirmou durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado. “Fui nomeado pelo presidente da República e estou trabalhando conforme as orientações técnicas dia e noite”, afirmou.
Conforme ressaltou, a política de combate ao vírus inclui a vacinação e o uso de medidas não farmacológicas, como o uso de máscaras e o distanciamento físico entre as pessoas. O ministro anunciou também que deverá fazer modificações à política de testagem para diagnóstico do vírus. “Vamos buscar testes mais modernos, com antígenos”, afirmou. “Na nossa gestão não há política de distribuição de remédios sem eficácia comprovada”, completou.
Queiroga: foram repassados a Estados e municípios R$ 32,8 bi, R$ 1 bi para covid
O ministro da Saúde disse que, do Orçamento para a pasta de R$ 144 bilhões para este ano, o ministério repassou R$ 32,8 bilhões a Estados e municípios, dos quais R$ 1 bilhão é destinado a ações de combate à covid-19 como a habilitação de leitos e compra de ventiladores e medicamentos.
Sobre a forma que os recursos são gastos, Queiroga disse desconhecer quanto dos recursos é aplicada. “A bem da verdade, desde que eu assumi, tenho trabalhado muito e tenho buscado atender esta emergência sanitária. Estes outros aspectos mais detidos do Ministério ficam a cargo da secretaria executiva”, respondeu Queiroga que se comprometeu a enviar os dados obtidos.
*Com informações do Estadão Conteúdo