Política

Escolas, Cais das Artes e São Lucas terão prioridade apesar da crise econômica no Estado

Paulo Ruy Carnelli

Paulo Ruy esclarece que algumas obras precisam de intervenção como é o caso da Leitão da Silva Foto: Folha Vitória

O secretário Estadual dos Transportes e Obras Públicas, Paulo Ruy Carnelli, afirmou que obras em andamento serão concluídas. Do conjunto de 47 obras, 28 da área da educação, o Hospital São Lucas e o Cais das Artes serão priorizados. Quem adota a bicicleta como nova forma de viver de bem com a saúde e com o planeta, o secretário anunciou a adoção de ciclofaixas e desenvolvimento de projeto de ciclovias nas rodovias estaduais.

Ele explicou que o projeto do BRT (Bus Rapid Transit), orçado inicialmente em R$ 1,8 bilhão, está em desenvolvimento. Uma prova disso é a obra da avenida Leitão da Silva, em Vitória, além dos projetos do viaduto da Vale, na Serra, e Portal do Príncipe, também em Vitória.

Folha Vitória – Difícil a missão de gerir uma pasta tão cheia de demandas, mas com recursos menores por conta de uma crise? 
Paulo Ruy Carnelli –  Ao contrário. Esta é uma pasta cheia de atribuições importantes. Temos ligados à Secretaria de Transportes e Obras (Setop) empresas importantes como Ceturb, Detran-ES, Iopes e DER-ES. Sabíamos dos desafios porque participamos da equipe de transição. Sabíamos que gradativamente foi gerada uma desorganização por excesso de contratação. Desorganização ora por falta de recurso, ora por falta de condição técnica. Tenho noção da importância da Secretaria e me sinto animado para trabalhar na reorganização.

FV – E como será a atuação da Setop?
PRC –
Temos obras em andamento e queremos crescer também no número da oferta de serviço.

FV – Foi anunciado que não teremos a Quarta Ponte por agora…
PRC –  
Tenho tranquilidade de falar da Quarta Ponte. A Quarta Ponte é um projeto e será feita por empresa que será supervisionada pelo DER-ES. Não existe uma Quarta Ponte, então não existe nada o que paralisar. A gestão passada anunciou, precipitadamente, a construção. Mas recuou. Foi lançada e depois retirada. Se formos mensurar, temos 70% do trabalho de campo feito e tem complementos. São feitas avaliações periódicas e quando estiver pronto o projeto, discutiremos a sua implantação. Na época do anúncio, o Tribunal de Contas do Estado recomendou a sua retirada.

FV – E as obras do Cais das Artes serão retomadas?
PRC –
Esta é uma obra que está em andamento. Ela nunca foi paralisada. Na verdade, agora ela vai ganhar mais velocidade e a empresa contratada prevê que as obras serão concluídas em um ano. E ela não corre risco de paralisação. Esta é uma obra que tem o objetivo de mudar a história da cultura no Espírito Santo com seu museu teatro.

FV – A crise econômica afeta os investimentos do Estado de alguma forma?
PRC –
A inflação está aí. Lógico que vai nos impedir de realizar alguma coisa. Afeta algumas obras. Mas as áreas de educação e de saúde terão verba do próprio governo, do Tesouro. Esse dinheiro será usado para realizar algumas intervenções em obras. A obra da avenida Leitão da Silva está em andamento, mas são necessários R$ 2,6 milhões para remover postes e cabos. Esse recurso não pode sair do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), deve sair do Tesouro Estadual. Esse é um exemplo de como a necessidade de R$ 3 milhões atrapalha uma obra de R$ 40 milhões.

FV – Só acontece na obra da Leitão da Silva?
PRC –  
O Corredor Leste/Oeste – que liga Campo Grande, em Cariacica, à rodovia Darly Santos, em Vila Velha – tem um conjunto de empreendimentos em seu entorno. Será necessária a ponte sobre o Rio Marinho. É uma obra de R$ 140 milhões e uma parte necessária é do Tesouro. Vamos precisar de três meses para organizar ‘os dinheiros’ menores que paralisam obras maiores.

FV – Como ficarão as obras do Hospital São Lucas?
PRC –
O Hospital São Lucas teve problema com a empresa contratada para executar as obras. Foi preciso licitar novamente para fazer o bloco 4 e o estacionamento. 

FV – O que o senhor tem a dizer da CPI dos Guinchos e Estacionamentos?
PRC –  
Esta é a mais recente. Tem também a CPI do Transcol. Respeito o trabalho do Legislativo. Se existiu uma denúncia, deve ser investigada. É prematuro falar alguma coisa, mas o diretor do Detran, Fabiano Contarato, estará lá quando for convocado.

FV – Quais critérios foram utilizados para priorizar as obras?
PRC –
Priorizamos as obras que estão próximas do fim e as obras que possuem recursos de financiamento. 

FV – Como ficará o Plano de Mobilidade Metropolitana com os cortes de gastos?
PRC –
O BRT é um projeto de porte grande e o total ultrapassa R$ 1,8 bilhão. A primeira parte foi analisada e recebida. Teremos que realizar algumas intervenções como em Carapina, na BR-101, do viaduto da Vale até a descida do Aeroporto de Vitória, melhorando o gargalo que existe ali. Na região do Portal do Príncipe estão fazendo um projeto. No final da Césa Hilal até as proximidades da Ilha de Monte Belo, deverá ter um túnel. O Corredor Leste/Oeste também é muito importante, mas é muito importante o apoio das prefeituras. É preciso discutir melhor o BRT com os municípios.

FV – Algum investimento a mais para a pasta?
PRC – Teremos investimento em ciclovias e ciclofaixas. Estamos na fase de estudos para que as estradas estaduais tenham faixa para bicicletas.