Política

Davi Esmael diz que vai votar contra veto de Pazolini a projeto "Infância sem pornografia"

Presidente da Câmara de Vitória falou sobre interlocução com a prefeitura de Vitória e atuação da casa nesses primeiros meses de mandato

O presidente da Câmara de Vitória, Davi Esmael (PSD) concedeu uma entrevista à Rádio Pan News Vitória, na manhã desta quinta-feira (15). O vereador, que está sem seu terceiro mandato, falou sobre o trabalho à frente da presidência da Câmara, a interlocução com a Prefeitura de Vitória e a atuação da Casa nesses primeiros meses de mandato. 

Dentre os destaques, Davi disse que vai votar contra o veto do prefeito Lorenzo Pazolini ao projeto “Infância sem Pornografia”, do vereador Gilson da Federal (Patriota). O projeto de lei defende que os pais devem aprovar previamente material pedagógico utilizado pela escola para a formação moral dos estudantes, e foi aprovado quase que por unanimidade pela Casa. 

“O veto precisa ser entendido individualmente. Sou contrário ao veto, votarei pela rejeição”, disse. A Câmara é considerada conversadora e alinhada à Prefeitura de Vitória. Entretanto, o veto de Pazolini (Republicanos) sinalizou que a prefeitura não vai atropelar o bom senso e a constitucionalidade das pautas aprovadas na Casa em nome do bom relacionamento. 

Durante a entrevista, Esmael (PSD) classificou as medidas adotadas pelo governo do Estado para combater a pandemia da covid-19 como “não racionais”. Ele criticou a suspensão das aulas presenciais, o fechamento do comércio e a não ampliação da frota de ônibus para evitar as aglomerações nos coletivos.

Acompanhe um trecho da entrevista para a Pan News Vitória (90.5 FM):


Foto: Folha Vitória

A Câmara está muito alinhada com o conservadorismo e tem uma proximidade com o prefeito. Como conciliar o papel da Câmara de fiscalizador do executivo, tendo essa proximidade tão grande com o prefeito Pazolini?

Precisamos ser norteados pela Constituição. Os poderes precisam ser independentes, mas harmônicos. A minha relação individual com o prefeito possibilita e facilita uma harmonia. As duas precisam andar alinhadas, não juntas.

Sua candidatura foi em chapa única, mas as vereadoras Camila Valadão (PSOL) e Karla Coser (PT) disseram que não foram convidadas para participar da chapa. Por que elas ficaram de fora?

Foi chapa única mas nos bastidores houve muito diálogo, muitas reuniões, em alguns momentos muitas divergências sendo colocadas. São três vereadores que não se dispuseram a conversar: A Camila, a Karla e o Aloísio Varejão. Foi apontada a questão da Karla e da Camila por serem “as vereadoras”, como se fosse uma questão de gênero. Não se trata de uma discussão de gênero, e sim politica. Porque o Aloísio Varejão precisa ser incluído nessa lista e ele é do PSB. Então houve uma divergência programática de visão pra cidade, e eles optaram por não conversar conosco. 

Essa seria uma das justificativas para nenhuma das mulheres do Legislativo Municipal ocuparem a Mesa Diretora?

Primeiro a gente precisa se alegrar com uma sociedade que consegue eleger mais mulheres. Os pontos de vista com a presença das duas certamente torna a Câmara mais representativa. Temos atributos e qualidades que merecem ser reconhecidos nas duas vereadoras. Só que a questão naquele momento foi um caminhar político. Tão somente as ideias pra cidade que nortearam a composição da Mesa da atual legislatura. 

Em março houve uma polêmica na Casa por causa da blusa em que a Camila Valadão estava vestindo. Ela deixava um dos ombros à mostra. O vereador Gilvan da Federal disse que a roupa da vereadora ‘não era formal’ para a sessão. A Camila infringiu o regimento interno da Câmara?

Em nenhum momento houve qualquer tipo de infração do regimento por parte da vereadora Camila. O que merece ser destacado, é que ela estava muito elegante na ocasião.

Como o senhor avalia as medidas de restrições adotadas pelo governo do Estado para combater a pandemia?

Eu sou um vereador mais conservador que tem olhado para a economia com um pouco mais de zelo. As regras impostas à economia, às escolas e à sociedade capixaba carecem muito de entendimento. Eles não conseguem explicar porque precisa ficar três dias fechados. Porque o carnaval foi mantido, porque a frota de ônibus não foi ampliada. Discordo frontalmente das decisões do secretário Nésio.

Com informações da editora-chefe e apresentadora da Rádio Pan News Vitória, Patrícia Scalzer 

Foto: Folha Vitória