O ex-diretor da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, delator da Lava Jato, foi convocado para depor na CPI da Sonegação Fiscal da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) na próxima terça-feira (16), às 9 horas.
Segundo os representantes da CPI, ele será questionado sobre o pagamento de propina para aprovação de um projeto de resolução no Senado, que resultou no fim do Fundap, sistema de incentivo financeiro que sustentou a economia capixaba nos últimos 50 anos. Essa informação foi dada pelo ex-diretor em delação premiada na Operação Lava Jato.
O anúncio da convocação foi feito pelo deputado estadual Enivaldo dos Anjos (PSD), presidente da Comissão. O deputado disse que quer o comparecimento de Melo para depor, sob escolta da Polícia Federal, para que possa explicar detalhes de sua delação, quando disse que foram pagos R$ 4 milhões a senadores para garantir a aprovação do Projeto de Resolução 72/2010, ocorrida em 2012. A propina foi paga porque o fim do Fundap beneficiou os negócios da Odebrecht no Porto de Santos (SP).
De acordo com ex-diretor, o presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, operou pessoalmente o pagamento de propina, que teria tido como principal intermediário o senador Romero Jucá (PMDB), autor do Projeto de Resolução que acabou com os incentivos do Fundap.
Para a sessão da CPI da Sonegação, além de Cláudio Melo, estão sendo convocados representantes do Instituto de Desenvolvimento Agro-Florestal (Idaf) e da Delegacia Regional do Ministério da Agricultura, acerca de comercialização irregular de defensivos agrícolas (agrotóxicos) no Espírito Santo.
A CPI da Sonegação iniciou seus trabalhos em 2015 e era composta, ainda, pelos deputados Guerino Zanon (PMDB), vice-presidente, e Cacau Lorenzoni (PP), relator. Com a eleição dos dois a prefeito em 2016 – Guerino em Linhares e Cacau em Marechal Floriano -, a Comissão ganhou nova composição, sendo agora integradas pelos deputados Marcelo Santos (PMDB) e Jamir Malini (PP).