Após o senador Marcos do Val (Podemos-ES) ter afirmado que sofreu coação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para se aliar a ele em um golpe de Estado, o que o teria feito anunciar uma possível renúncia ao cargo no Senado Federal, a deputada pelo Estado de São Paulo, Janaína Paschoal, afirmou, nas redes sociais, que, em um contato telefônico, ele afirmou a ela que não renunciaria.
Pelo Twitter, a deputada estadual destacou que Do Val a garantiu que não abandonará a cadeira no Senado e que, apesar de não serem tão próximos, tomou a liberdade de ligar para ele e pedir para que não saísse.
A parlamentar considerou o senador “uma pessoa bem intencionada e independente”.
Live de Marcos do Val
A repercussão nas redes sociais da deputada se deu após revelação sobre o caso de coação foi feita durante uma “live” nas redes sociais. Do Val não especificou quando ocorreu a coação e nem a quem ele denunciou a tentativa de golpe.
“Eu ficava p… quando me chamavam de bolsonarista. ‘Ah, o senador bolsonarista e tal’. Vocês esperem. Eu vou soltar uma bomba aqui para vocês: sexta-feira, vai sair na Veja, a tentativa do Bolsonaro, que me coagiu para que eu pudesse dar um golpe de Estado junto com ele. Só para vocês terem ideia. E é lógico que eu denunciei”, disse o senador.
Horas após a “live” em que falou sobre a tentativa do ex-presidente de envolvê-lo na suposta trama golpista, do Val publicou um comunicado em sua conta no Instagram, afirmando que apresentaria sua renúncia ao cargo de Senador.
“Após quatro anos de dedicação exclusiva como senador pelo Espírito Santo, chegando a sofrer um princípio de infarto, venho através desta comunicar a todos os capixabas a minha saída definitivamente da política”, escreveu Do Val.
A decisão, de acordo com o comunicado, foi tomada em razão de ataques e ofensas sofridas durante o mandato. O pedido de afastamento deve ser apresentado nos próximos dias, segundo afirma o próprio senador, que disse pretender retomar sua carreira nos EUA.
PF vai intimar senador
A Polícia Federal vai intimar o senador Marcos do Val (Podemos-ES) para depor na investigação aberta para apurar os ataques golpistas ocorridos após o segundo turno das eleições e que desaguaram nas invasões aos prédios do três Poderes em 8 de janeiro.
>> Quer receber nossas notícias 100% gratuitas? Participe da nossa comunidade no WhatsApp ou entre no nosso canal do Telegram!
Marcos do Val, eleito em 2018 com 863 mil votos para um mandato de oito anos (2019-2027), não deu mais nenhum detalhe sobre o que teria sido essa pressão do ex-presidente sobre o tema.