O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou durante a votação do projeto de recuperação fiscal dos Estados em calamidade financeira que a sessão da última quarta-feira (10) terá efeitos administrativos, ou seja, parlamentares ausentes sofrerão desconto de salário. Entre eles está o deputado federal capixaba Givaldo Vieira (PT-ES).
“A atitude de Rodrigo Maia é para tentar constranger o importante movimento que fizemos em defesa da democracia, em defesa do melhor presidente do Brasil e do maior líder de nosso partido”, afirmou o deputado.
A medida atinge metade da bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) e parlamentares do PCdoB, que foram a Curitiba acompanhar o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sérgio Moro.
“Lula é acusado e perseguido há dois anos sem ter uma prova contra ele. Participei da mobilização com recursos próprios e assumo a responsabilidade pelos meus atos”, destacou Givaldo.
Segundo a liderança do PT, pelo menos 30 deputados do partido estiveram fora da Casa na quarta-feira. A bancada tem 58 parlamentares. Também se juntaram ao grupo de petistas as deputadas do PCdoB Jô Moraes (MG), Alice Portugal (BA) e Jandira Feghali (RJ).
O deputado Carlos Marun (PMDB-MS), que usou a cota parlamentar para visitar o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na prisão, disse considerar válido que os deputados em Curitiba usem os recursos da Câmara, porque eles estão em atividade político-parlamentar.
“Da minha parte, como procurador da Câmara, não vejo nada de ilegal ou imoral nisso. Se eles não fossem parlamentar e não tivessem atividade política, provavelmente não estariam por lá”, disse.
Marun explicou que decidiu devolver a verba da visita a Cunha para não “polemizar”. “Poderia não ter devolvido, mas decidi devolver para que isso não servisse de munição para a hipocrisia dos meus adversários”, respondeu.
Com informações do Estadão.