O deputado estadual Lucas Polese (PL)) apresentou um projeto de lei para a criação do “Dia Estadual do Patriota” no Espírito Santo, que seria celebrado no dia 8 de janeiro. A proposta foi apresentada na última segunda-feira (25).
A data escolhida pelo parlamentar faz alusão às manifestações golpistas do dia 8 de janeiro, em Brasília, em que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro depredaram diversos órgãos públicos do governo federal.
Apesar da data, o parlamentar diz não apoiar os atos violentos que ocorreram naquele dia na capital federal. Segundo ele, a intenção é homenagear manifestantes que não se envolveram em atos de violência.
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“Sem dúvida, o Dia do Patriota tem motivação no 8 de janeiro, uma data que ficou marcada. Mas não por conta dos atos de vandalismo. Estes atos eu rechaço e abomino. Acho que as pessoas que praticaram devem ser punidas, mas por conta de duas razões principais. A primeira é a desproporcionalidade e a segunda é a onda persecutória que o Brasil vem enfrentando”, disse o parlamentar.
De acordo com Polese, entre as pessoas presas durante os atos de 8 de janeiro há as que não tiveram acesso a um processo justo e que não há provas de atos de vandalismo.
Ainda segundo o parlamentar, o projeto de lei é inspirado em uma suposta perseguição política a eleitores de direita no país.
“Muitas pessoas foram jogadas em ônibus, como se estivessem sendo sequestradas, e até hoje sofrem ação persecutória pior que a inquisição. A gente não vê isso acontecendo do outro lado. Em 2013, por exemplo, a Assembleia Legislativa do Espírito Santo foi destruída, cadê estes presos? Todo ano, o MST, o MTST, botam fogo em Brasília, nunca ninguém foi preso. Muitos capixabas foram jogados neste inquérito, gente se manifestando pacificamente na Prainha”, afirmou.
Em 25 de agosto deste ano, a Câmara de Vereadores de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, instaurou o “Dia do Patriota” na cidade, também comemorado no dia 8 de janeiro.
O projeto foi idealizado pelo vereador Alexandre Bobadra (PL) e acabou suspenso três dias depois pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF). A lei foi revogada pelos vereadores gaúchos.
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