Os deputados capixabas Helder Salomão e Givaldo Vieira, ambos do Partido dos Trabalhadores (PT), afirmaram que se o presidente Michel Temer não renunciar, ou não for afastado, entrarão com o pedido de impeachment. Segundo eles, várias assinaturas de deputados já foram colhidas para que esse pedido seja feito, mas esse seria apenas um plano B. Isso porque o foco deles é que a Justiça determine o afastamento, assim como fez com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) na manhã desta quinta-feira (18).
“As máscaras caíram. Precisamos de afastamento imediato do presidente. O certo seria a renúncia, mas ele não pretende fazer isso. Por conta disso, vamos dar seguimento ao processo de pedido de afastamento. O que vemos é um presidente no cargo tratando de propina para silenciar outro criminoso preso. Essa situação deve ser tratada rapidamente”, destacou Givaldo Vieira.
Além da renúncia, os deputados esperam que o presidente faça um pronunciamento oficial a respeito da situação.
“A situação é gravíssima. Não há outra coisa a não ser a renúncia. Não tem mais legitimidade, e já não tinha antes. Esse presidente, que ontem ficou conhecido como quem faz intermediação do recebimento de propina para calar ex-deputado, é o mesmo que está conduzindo as reformas e tirando direito do povo. Todos os atos dele precisam ser anulados. Estamos pedindo a renúncia, mas também vamos entrar com um pedido de impeachment assinado por vários partidos. Ele deveria se pronunciar oficialmente a respeito dessa situação”, afirmou o Helder Salomão.
Por conta desse cenário, na última quarta-feira (17), assim que as informações foram divulgadas pelos veículos de comunicação, os deputados capixabas disseram que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encerrou a sessão na casa. “Tudo foi cancelado. A casa suspendeu todos os trabalhos. Não tenho dúvidas da possibilidade de impeachment, o problema é que o Brasil não pode ficar seis meses sendo governado por uma pessoa comprovadamente que pediu propina para atrapalhar a Justiça”, disse Salomão.
Outro pedido deles é que haja novas eleições. “Queremos eleições diretas. Temos um presidente criminoso que foi ao poder sem votos. Não podemos colocar eleição indireta, isso seria uma saída autoritária, desrespeitaria o voto”, afirmou Vieira.
Quem também se manifestou sobre o caso foi o senador Magno Malta (PR). Através das redes sociais ele falou que a informação caiu como uma bomba. “A situação é grave. A situação em que o dono da JBS cita o presidente Michel Temer caiu como uma bomba. Não dá para fazer uma avaliação, e eu não tenho condições de fazer, mas reafirmo tudo o que acredito. Comprovada a veracidade, quem comete crime tem que responder pelo crime, seja deputado, seja senador, seja presidente da república. Não tem refresco. Então, comprovado o delito, tem que responder pelo delito”, alegou.