Política

Deputados lamentam aprovação de Escola Viva e dizem que faltou diálogo com sociedade

Deputado Sérgio Majeski demonstrou preocupação e interesse em debater o projeto com alunos e professores, desde o início, mas governo não teria respondido questionamentos do parlamentar

Deputados aprovam projeto que cria Escola Viva sob protesto de estudantes nas galerias Foto: Divulgação/Assembleia

Os deputados estaduais Sérgio Majeski (PSDB) e Amaro Neto (PPS) justificaram seus votos contrários ao projeto de implantação da Escola Viva, que foi aprovado em sessão extraordinária nesta quarta-feira (10), na Assembleia Legislativa. Ambos acreditam que faltou mais discussão em torno do assunto. Além deles, apenas o deputado Bruno Lamas votou contrário à matéria. 

Desde que o governo do Estado demonstrou o interesse de implantar a Escola Viva com ensino em tempo integral para alunos da rede pública, o deputado Sérgio Majeski demonstrou sua preocupação e interesse em debater o projeto com os principais interessados que seriam os alunos e professores, em princípio.

“Sou professor há 30 anos, mestre em Educação, milito na causa da educação. Visitei 33 municípios, realizei nove audiências públicas pela Comissão de Ciência e Tecnologia e ouvi o que as pessoas querem e o que necessitam nas escolas. As pessoas falaram da situação precária em que se encontram as escolas”, contou o parlamentar.

Para o deputado, o governo teria de atender problemas emergenciais que podem parecer mínimos, mas que representam algo bem importante para os envolvidos no sistema educacional.

“Aluno quer estudar em uma cadeira confortável, quer uma biblioteca moderna, quer que o ventilador funcione na sala de aula. Uma boa ideia não é necessariamente uma política pública boa”, apontou Majeski.

Segundo o parlamentar, alguns questionamentos foram enviados à Secretaria de Estado da Educação, mas sem respostas. E ele disse ainda que as Comissões de Finanças, Educação e Ação Social poderiam ter debatido mais o assunto, porém não utilizaram o prazo regimental para fazer o debate.

Da mesma forma, o deputado Amaro Neto questionou a falta de diálogo do governo com os principais interessados.

“Mais parece uma projeto de marketing do que um projeto educacional. O deputado Majeski levantou questões importantes. Ele visitou escolas, então, acredito que faltou mais debate. Era preciso dar condição decente de estudo aos alunos para depois mudar a metodologia de ensino. Acho que o governo tratou o assunto com pressa”, assinalou Amaro.

O secretário Estadual de Educação, Haroldo Rocha, garantiu que houve tempo hábil para debater o projeto que, segundo ele, terá como prioridade o projeto de vida dos alunos.

“Foram 100 dias para debater o projeto. Qual é o grande diferencial do projeto? Atualmente, vemos escolas muito rígidas, mas na Escola Viva o ponto de partida é o projeto de vida do aluno. Quem terá prioridade para entrar na escola? Alunos especiais, aluno que mora perto da escola, aluno com irmão na escola e os alunos mais jovens. E quem vai trabalhar na escola? Professores efetivos da rede. Os alunos serão recepcionados por alunos de outros estados que já frequentam escolas de tempo integral”, explicou o secretário.