Política

Deputados lembram os 4 anos do rompimento da barragem de Fundão com bolo fúnebre

Parlamentares discutiram sobre o caso, inclusive questionando a concessão de licença à empresa responsável pelo desastre

Foto: Divulgação/Assembleia Legislativa

A tragédia do rompimento da barragem da Samarco, em Fundão, no município de Mariana (MG), completou quatro anos e foi lembrada nesta terça-feira (05), por deputados que levaram um bolo preto para a tribuna da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo.

O deputado Enivaldo dos Anjos (PSD), responsável pela ideia do protesto simbólico, pediu um minuto de silêncio em memória das 19 vítimas do rompimento da barragem de rejeitos de minério.  

“Pessoas continuam morrendo, desassistidas, tendo prejuízos materiais e físicos sem nenhuma solução a não ser a solução dada pela Vale, BHP e Samarco de criar a Renova com o intuito de enrolar mais ainda e não resolver o problema” criticou.

Diversos parlamentares aproveitaram o momento para opinarem sobre o assunto. Iriny Lopes (PT) disse que participará nesta quarta-feira (6) de audiência pública na Câmara Federal sobre o assunto. 

“O número de atingidos no estado é muito maior do que as pessoas pensam. Não são apenas os pescadores, mas todos os pequenos agricultores, a água continua contaminada, as crianças estão contaminadas e três importantes municípios estão à mercê de ampliar essa contaminação”, disse a parlamentar referindo-se a Linhares, Colatina e Baixo Guandu.

Dary Pagung (PSB) comentou os impactos da lama para o município de Baixo Guandu e cobrou respostas para algumas questões. “Eu gostaria de saber, por exemplo, quantas árvores foram plantadas na bacia do Rio Doce, quantas nascentes foram recuperadas, quantas árvores foram plantadas no topo do morro pra recuperar o nosso Rio Doce”, questionou.

Para Sergio Majeski (PSB) o rompimento “não foi acidente, foi crime ambiental que poderia ter sido evitado”. O deputado cobrou rigor nas fiscalizações e nos critérios para concessão de licenças ambientais a empresas potencialmente poluidoras. Falou ainda sobre a importância do trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Licenças da Assembleia Legislativa (Ales) na averiguação das licenças concedidas a empresas como a mineradora Vale. “Esses crimes poderiam ter sido evitados não fosse a conivência do poder público para com essas empresas”, sentenciou.

Euclério Sampaio (sem partido) também questionou a concessão de licença à Vale. “Esse crime completa quatro anos sem resolutividade. Fico imaginando como uma empresa como a Samarco teve a licença suspensa e a Vale não”.