Política

Deputados repudiam secretário, que disse que "médicos terão que escolher quem vai viver"

Parlamentares de oposição condenaram fala de Tyago Hoffmann em entrevista sobre novo coronavírus. Parte dos políticos defendeu política da governo

Foto: Reprodução /Youtube
Vandinho Leite: condução do Estado durante a crise

O clima esquentou na sessão desta segunda-feira na Assembleia. Deputados de oposição ficaram revoltados com a fala do secretário de Estado de Governo, Tyago Hoffmann, em entrevista a um canal de TV, em que ele afirma que “médicos vão ter que decidir quem vai viver”.  A fala foi sobre o avanço do novo coronavírus no Estado.

Alguns consideraram o discurso uma afronta aos profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate ao novo coronavírus. Por outro lado, parlamentares condenaram as falas contrárias ao secretário como discurso de campanha e pediram união nos esforços para combater a pandemia.

“Chegamos próximo ao fundo do poço. Hoje, diante desse quadro, ainda tivemos que assistir o secretário dizer, médicos vão escolher quem vai viver e quem vai morrer no Espírito Santo. Isso é falta de planejamento. Os médicos não merecem isso”, disse o deputado Lorenzo Pazolini (Republicanos).

O deputado Vandinho Leite (PSDB) também condenou a fala e disse ainda que o governo implantou o caos no atendimento a pacientes com o novo coronavírus. “Se fosse um estado quebrado, tudo bem. Mas o Espírito Santo é um estado com as contas saneadas. O que nós estamos questionando é a condução do Estado nessa crise”, disse Vandinho.

Enivaldo dos Anjos (PSD) foi veemente ao condenar os discursos contra a política de saúde do Estado. “Eu já vi gente fazer campanha doando cesta básica, doando trator, doando tudo. Agora, fazer campanha com pandemia é a primeira vez. Isso está ocorrendo em todo o Brasil e não dá para tentar responsabilizar autoridades para um mal que não tem vacina, não tem remédio e a população ainda não obedece a ordem de evitar aglomeração. Como pode falar de tratamento de pacientes quando não tem remédio? Nós temos que fazer o certo e esquecermos das questões partidárias”, disse Enivaldo.

O deputado Doutro Emílio Mameri (PSDB) reforçou que o momento é de união entre os parlamentares. “Essa é uma discussão estéril. Precisamos de união nesse momento. Não existe tratamento, não é a cloroquina que vai resolver o problema. O que afasta a contaminação é o isolamento social, duro. Não tem que aglomerar. O que peço nesse momento é que a gente tenha discernimento, calma. A pandemia é uma doença mundial”, considerou.