O diretor e sócio da empresa capixaba Ympactus Comercial, Carlos Roberto Costa, que representa a Telexfree no Brasil, candidatou-se ao cargo de deputado federal para o pleito eleitoral deste ano.
Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Costa é filiado ao Partido Republicano Progressista (PRP), e concorre pela coligação “Juntos por um Espírito Santo mais forte”.
O diretor, que é natural do Rio de Janeiro, estimou em R$ 3 milhões o limite de gastos de sua campanha. O patrimônio declarado por ele é de R$ 13.542.568,43. As quotas de capital da empresa Ympactus foram declaradas por Carlos Roberto Costa no valor de R$ 300 mil.
Na manhã desta quinta-feira (24), uma operação, com o objetivo de investigar crimes financeiros relacionados às atividades da Telexfree, foi deflagrada pela Polícia Federal, em Vitória. Ao todo, nove mandados de busca e apreensão na região metropolitana de Vitória deverão ser cumpridos a durante a Operação Orion, em endereços ligados à Ympactus Comercial.
Veja a lista de bens declarados por Carlos Roberto Costa ao TSE:
Entenda
Em junho deste ano, as investigações da Justiça e do Ministério Público contra a Telexfree completaram um ano. A empresa de Marketing Multinível, está sendo apontada como formadora de pirâmide financeira. No Brasil, a Telexfree reuniu mais de um milhão de pessoas no negócio.
Tudo começou quando a juíza Thaís Borges, do Acre, deu parecer favorável à uma ação proposta pelo Ministério Público, e determinou a suspensão de pagamentos, e adesão de novos divulgadores à empresa. Na sequência, os Ministérios Públicos estaduais passaram a investigar as ações da empresa em conjunto. Somente até julho do ano passado, a Telexfree possuía mais de 50 processos na Justiça do Espírito Santo.
O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), órgão da Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, chegou a instaurar processo administrativo contra a Telexfree (Ympactus Comercial Ltda.) por indícios de formação de pirâmide financeira.
Segundo informações do Ministério, O DPDC recebeu no início do ano denúncias contra a empresa de vários órgãos estaduais do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, principalmente Procon e Ministério Público do Acre. A empresa estaria violando princípios básicos do Código de Defesa do Consumidor, como o dever de transparência e boa-fé nas relações de consumo, além de veicular publicidade enganosa e abusiva.
Em abril deste ano, por unanimidade de votos, a Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) manteve a decisão proferida em fevereiro, que negou concessão de recuperação judicial à sociedade empresária Ympactus Comercial S/A, conhecida comercialmente como Telexfree. A concessão já havia sido negada também em primeiro grau pelo juiz titular da Vara de Recuperação Judicial e Falência de Vitória.
No mês de maio, a esposa de um dos fundadores da empresa Telexfree, o capixaba Carlos Nataniel Wanzeler, acusado por autoridades dos Estados Unidos de fraudar investidores e fugir para o Brasil, foi presa ao tentar embarcar no aeroporto JFK, em Nova York. Katia Wanzeler, de 45 anos, estava em um voo internacional e pretendia deixar os Estados Unidos.
Durante as investigações da Polícia Federal dos Estados Unidos, Wanzeler conseguiu fugir para o Brasil, mas a esposa ficou no estado onde viviam, em Massachusetts.