Política

Diretor de seriado da Lava Jato faz críticas a Sergio Moro: 'admito que errei'

José Padilha, diretor da série "O mecanismo", que se baseia nos acontecimentos da Operação Lava Jato, publicou artigo em que critica o pacote anticrime e diz que Moro "perdeu sua independência política"

Foto: Divulgação
O Juiz Sérgio, na série, que faz alusão ao papel de Moro na Operação Lava Jato

O cineasta José Padilha, responsável por ‘Tropa de Elite’ (que retrata a ação das milícias no Rio) e pela série ‘O Mecanismo’ (que fala sobre a Lava Jato), afirma que errou ao acreditar na independência política de Sérgio Moro. 

Em artigo publicado nesta terça-feira (16) na ‘Folha de S. Paulo’, ele critica o projeto anticrime apresentado pelo ministro da Justiça e diz que a proposta é ‘pró-milícia e facilita a violência policial’. ‘Seu pacote anticorrupção é, também, um pacote pró-máfia’, escreve.

Padilha se diz um apoiador da Lava Jato e revela que tinha certa admiração ao ministro. No entanto, o cineasta diz que Moro já não é mais independente e que “trabalha para a família Bolsonaro”. O nome do cineasta já é um dos termos mais comentados nas redes sociais.

“Ora, o leitor sabe que sempre apoiei a operação Lava Jato e que chamei Sergio Moro de “samurai ronin”, numa alusão à independência política que, acreditava eu, balizava a sua conduta. Pois bem, quero reconhecer o erro que cometi. Digo isso porque não há outra explicação: Sergio Moro finge não saber o que é milícia porque perdeu sua independência e hoje trabalha para a família Bolsonaro. Flávio Bolsonaro não foi o senador mais votado em 74 das 76 seções eleitorais de Rio das Pedras por acaso…”, escreve o cineasta.

Além das críticas ao ministro, Padilha também atacou o projeto anticrime enviado ao Congresso. Para ele, o pacote é “razoável no que tange o combate à corrupção”, mas “absurdo no que se refere à luta contra as milícias”.