O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) declarou nesta terça-feira, 18, que pretende pedir asilo político ao governo dos Estados Unidos. Ele vai se licenciar do mandato e afirmou não ter data para retornar ao Brasil.
O asilo político é uma proteção concedida por um Estado a estrangeiros que comprovam estar sendo perseguidos na nação de origem.
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À CNN, Eduardo disse estar sendo alvo de perseguição por parte do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e repetiu o discurso bolsonarista de que a liberdade de expressão está sendo cerceada no País.
“Não é possível um parlamentar perder o passaporte dele pelo que ele fala. Cadê a imunidade parlamentar?”, afirmou.
E completou: “Eu não vou me sujeitar a isso e ficar no cabresto de Alexandre de Moraes. Eu me licencio para representar os interesses dos meus eleitores, daqueles que votaram em mim”.
Outras viagens aos Estados Unidos
O pedido de licença e a intenção de pedir asilo são mais um capítulo de uma história que se desenvolve desde fevereiro, quando ele embarcou para o que seria sua quarta viagem aos Estados Unidos apenas neste ano.
A primeira ocorreu no começo de janeiro, quando ele foi ao lado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro para acompanhar a posse do presidente americano Donald Trump.
No País norte-americano, ele se dedica a tentar convencer autoridades americanas que Moraes e o Judiciário brasileiro perseguem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e atentam contra a liberdade de expressão.
Sua mobilização para a apresentação, no Congresso americano, de uma lei para criar sanções mirando o ministro do STF motivou uma representação pela apreensão de seu passaporte.
Líder do PT na Câmara apresentou notícia-crime
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma notícia-crime em que acusa Eduardo Bolsonaro de crimes contra a soberania e as instituições brasileiras. A PGR, no entanto, se manifestou nesta terça-feira, 18, contra o pedido.
No início de março, o filho “zero três” do ex-presidente manifestou preocupação em ter o passaporte apreendido caso voltasse ao Brasil. Lindbergh disse que só aceitaria o colega na presidência da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Casa, posição para a qual Eduardo era cotado, caso ele estivesse “sem passaporte”.
À CNN, Eduardo Bolsonaro disse temer reações do STF à sua saída do País, tais como bloqueio de contas bancárias. “Ele [Moraes] deve pedir o cancelamento do meu passaporte, deve pedir o bloqueio da minha conta no Brasil e fazer um pedido de extradição”, enumerou.
O deputado também deu a entender que continuará sua mobilização por sanções do Estado americano contra seus opositores políticos: “O ministro do STF que seguir Moraes nas decisões contra a liberdade de expressão vai correr o risco de sofrer as mesmas sanções”, afirmou.