O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, já está no plenário da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, onde está sendo ouvido sobre fatos apurados pela chamada Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Cunha se ofereceu para comparecer à comissão espontaneamente, depois que o nome dele apareceu na lista de políticos que, segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deveriam ser investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O presidente da Câmara dos Deputados aparece nos depoimentos prestados à Justiça Federal, no Paraná, pelo doleiro Alberto Youssef, um dos investigados na operação Lava Jato, que apura um esquema de corrupção envolvendo a Petrobras.
O doleiro afirma em um dos vários depoimentos que Cunha era um dos beneficiários das propinas pagas por conta de um contrato de aluguel de navio-plataforma firmado entre a estatal e as empresas Samsung e Mitsui, cujo representante no Brasil era Júlio Camargo, que também está fazendo delação premiada.
Segundo Youssef, para viabilizar a assinatura do contrato com a Samsung, “foi demandado que Júlio Camargo repassasse para o PMDB o pagamento de vantagem indevida” a Eduardo Cunha, bem como a Paulo Roberto Costa, à época diretor de Abastecimento da Petrobras. Os repasses teriam sido feitos por intermédio de Fernando Soares, o Fernando Baiano, que operava para o PMDB desde 2004.
Em outro depoimento, policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho afirmou que, entre 2010 e 2014, entregou dinheiro a políticos e representantes de empresas a pedido do doleiro Alberto Youssef.
O policial disse que entregou umas três vezes dinheiro em uma casa no condomínio que achava se chamar Nova Ipanema, em frente ao Barra Shopping, na Barra da Tijuca, em uma casa amarela de dois andares. Oliveira Filho foi atendido pelo proprietário, mas disse não ter certeza de que era Cunha. Mais tarde, em novo depoimento, retificou as declarações e disse que “não teria como saber se a casa era mesmo de Eduardo Cunha”.