O número de brasileiros aptos a votar e que residem no exterior bateu recorde em 2022. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), um total de 697 mil brasileiros têm domicílio eleitoral em outros países. Este número é 39,21% maior que o da última eleição, em 2018, quando ultrapassou os 500 mil.
Esses eleitores votam em urnas eletrônicas, como no Brasil. Mas as semelhanças param por aí. Ao contrário de quem estiver no País e que terá que escolher nomes para cinco cargos (presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual), quem está no exterior vota apenas para os cargos de presidente da República e vice-presidente.
Vale lembrar que a obrigatoriedade do voto para eleitores a partir dos 18 anos também uma regra a ser seguida fora do Brasil. A exceção é para idosos com mais de 70 anos e para analfabetos.
O tempo de votação fora é o mesmo do Brasil: nove horas. A eleição lá fora também respeita o padrão, das 8h às 17h, mas dentro do horário local de cada país.
A votação fora do território nacional é organizada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) com o apoio da rede consular brasileira em cada país.
Nas seções que contam com 30 a 99 eleitores, o voto é feito por meio de cédula. Para locais com 100 ou mais votantes, são utilizadas urnas eletrônicas, preparadas e enviadas do Distrito Federal para o exterior.
De acordo com o Código Eleitoral, mesas eleitorais são criadas em locais com, no mínimo, 30 eleitores. O horário e o local de votação são informados aos brasileiros por meio das missões diplomáticas ou repartições consulares.
Nas seções que contam com 30 a 99 eleitores, o voto é feito por meio de cédula. Para locais com 100 ou mais votantes, são utilizadas urnas eletrônicas, preparadas e enviadas do Distrito Federal para o exterior.
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O TRE recebe as primeiras transmissões de votos vindas da Austrália, por volta das quatro da manhã de domingo. Os últimos votos chegam já perto de meia-noite, vindos do oeste americano.
Os números que chegam antes são represados e divulgados junto com os primeiros dados da apuração nacional. Os demais se tornam públicos conforme são transmitidos para o tribunal.
Eleitores no exterior estão concentrados nos Estados Unidos, Japão e Portugal
Os eleitores residentes além das fronteiras poderão votar em 181 cidades estrangeiras. Este ano, os postos de votação, a pedido do Ministério das Relações Exteriores, também estarão disponíveis fora das sedes das embaixadas e repartições consulares em 21 países.
Os países com o maior número de eleitores brasileiros são Estados Unidos, Japão e Portugal, nesta ordem.
Lisboa, capital de Portugal, é a cidade com maior quantidade de brasileiros aptos a votar com 45.273 eleitores. Em seguida, vem duas cidades norte-americanas: Boston com 37.159 eleitores cadastrados e Miami com 20.189 eleitores. Também há número considerável em Nagoia, no Japão, com 35.600 mil brasileiros, e em Londres, na Inglaterra, com 34,400 mil.
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No exterior, o eleitorado é majoritariamente feminino. Elas são a maioria representando 58,54%. A maioria dos eleitores tem entre 35 e 44 anos.
CAPIXABA VOTA NA IRLANDA
Uma dessas brasileiras é a jornalista Thaiz Sabbagh que vai votar em uma seção em Dublin, capital da Irlanda. Ela morava em Vila Velha e se mudou para o país há oito anos. Ela diz que os brasileiros estão animados para o pleito do próximo domingo.
“Como todo bom irlandês, o pessoal está combinando de acompanhar a apuração e tomar uma cerveja num pub depois”, planeja.
“Eleição é sempre um momento alegre, um momento de festa da democracia. Voto é sinônimo de mudança. Gostaria de poder votar também para os cargos legislativos, para deputados e senadores, para garantir a governabilidade do presidente de minha escolha. Mas já me sinto feliz em votar para presidente, mesmo estando fora do Brasil”, completou.
Curiosidades das eleições 2022 no exterior:
– Em 46 locais do exterior não haverá eleição seja pelo fato de não terem atingido o mínimo de trinta eleitores aptos, pelo fechamento do local ou, ainda, pelo contexto geopolítico;
– As seções eleitorais de Damasco (Síria) e em Kiev (Ucrânia) não serão instaladas para o pleito de 2022 por causa do cenário imprevisível devido a conflitos e guerras nos dois países;
– Os eleitores da Venezuela foram transferidos para Bogotá, capital da Colômbia. O Brasil encerrou relações diplomáticas com a Venezuela em 2020 e hoje não existem representações brasileiras naquele país. O motivo da escolha de Bogotá é porque atualmente é essa embaixada que alcança, pela jurisdição consular, os brasileiros residentes na Venezuela;
– Por conta do fuso horário, as eleições no exterior terão início às 20h do dia 1° de outubro (sábado) em Wellington, capital da Nova Zelândia.