Política

Em protesto, policiais penais acampam e passam a noite no Palácio Anchieta

Os servidores afirmam que estão com sobrecarga de trabalho e pedem reajuste salarial e plano de carreira

Foto: Foto: Reprodução/ Arquivo Pessoal

Policiais penais fazem um protesto em frente ao Palácio Anchieta, sede do Governo do Espírito Santo. Os servidores estão acampados desde terça-feira (19). Entre as reinvindicações, está o reajuste salarial e melhores condições de trabalho. 

Os servidores públicos efetivos da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) afirmam que não tiveram atualizações sobre os projetos de regulamentação e plano de carreira. Além disso, a categoria afirma que está sobrecarregada em suas funções.

“A questão de escolta hospitalares, a gente assumiu da Polícia Militar as escoltas que eram feitas por aqueles presos em flagrante. A gente não tem efetivo. A Polícia Militar e a Polícia Civil recebe uma indenização por escalas extras feitas e a gente não”, disse um dos manifestantes ao Folha Vitória

De acordo com os servidores, o trabalho dos policiais nas escoltas geram defasagem nas unidades penais. Além disso, neste tipo de atividade, os profissionais estariam sendo submetidos a condições inadequadas. 

“Os policiais penais têm que almoçar em corredor de hospital, perto de necrotério, perto de rato e lixo”, frisou o servidor.

Nesta terça-feira (19), cerca de 60 manifestantes caminharam até o edifício da Secretária de Gestão e Recursos Humanos, no Centro de Vitória. Durante a noite, cerca de oito policiais permaneceram acampados em frente ao Palácio Anchieta.

“Não vamos sair daqui, mesmo com feriado, mesmo com tudo até que a gente obtenha respostas do governo”, relatou o manifestante.  

O movimento não é vinculado ao sindicato da categoria. O grupo surgiu após o governo conceder 4% de aumento salarial para a categoria de Segurança Pública, mas não incluir os policiais penais. A falta de representação sindical fez com que os servidores iniciassem as reinvindicações por conta própria.

O que diz a Sejus?

Em nota, a Secretaria da Justiça (Sejus) informou que acompanha o ato e que e recebeu manifestantes para uma conversa. A pasta destacou que, além de vagas para a contratação de inspetores penitenciários efetivos e cadastro de reserva, o Governo do Estado assumiu o compromisso junto à categoria para a aprovação da Emenda à Constituição Estadual  nº 7/2021, criando a Polícia Penal.

Veja a nota na integra:

“A Secretaria da Justiça (Sejus) informa que acompanha e recebeu manifestantes para diálogo. Está em andamento na Secretaria um processo para seleção e contratação de inspetores penitenciários efetivos com a oferta de 600 vagas, além de cadastro de reserva. Somado a essa iniciativa, ainda durante o ano de 2021, a Secretaria investiu na contratação de inspetores penitenciários para prestação de serviços em caráter temporário.

Neste ano, enquanto o aumento linear dos servidores do Governo do Estado foi de 6%, a classe foi contemplada com reajuste de 14% na remuneração, um tratamento diferenciado por estarem englobados na categoria da segurança pública. Em 2021, o Governo do Estado assumiu o compromisso junto à categoria para elaboração e aprovação da Emenda à Constituição Estadual nº 7/2021, criando a Polícia Penal, atendido ao término do mesmo ano. 

Atualmente, o Governo trabalha no projeto de lei que regulamenta a Polícia Penal. Foi instituído um Grupo de Trabalho que contempla, de forma democrática, representantes da categoria sindical; representantes servidores efetivos; representantes da Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos e representantes da administração da Sejus. 

A Sejus destaca ainda que tem investido na qualificação dos profissionais bem como na manutenção e modernização do sistema prisional, gerando melhores condições de trabalho.”