O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, participou, na manhã desta sexta-feira (23), do Fórum Nacional das entidades militares, que acontece em Vitória. Além de comentar sobre a ação da Polícia Militar carioca durante o episódio do sequestro do ônibus na ponte Rio-Niterói, ele afirmou o desejo de suceder Jair Bolsonaro na presidência da República.
Antes da afirmação, Witzel elogiou a atuação do presidente Bolsonaro e ressaltou que o desejo de sucessão não fará com que ele seja oposição ao atual Governo Federal. “Desejo ao presidente Bolsonaro sucesso na sua gestão. Desde o início, sempre apoiei a eleição e continuo apoiando seu governo. Já disse a ele que a minha vontade é sucedê-lo na presidência da República, mas isso não significa que, ao longo desse período, vamos estar em lados opostos. Muito pelo contrário, estamos do mesmo lado”, disse.
Witzel também afirmou que se coloca à disposição do Governo Federal para trabalhar em âmbito nacional no combate ao crime organizado. “Minha preocupação maior é governar o Rio de Janeiro e ajudar os demais governadores. Estou a disposição do presidente Bolsonaro para ajudá-lo. O presidente tem a minha confiança e o que eu puder fazer para ajudá-lo, numa política macro, para poder enfrentar o crime organizado nacionalmente. Até pela experiência que tenho como magistrado, defensor público e militar, eu tenho condições de ajudar, não só no Rio, mas também em outros estados”.
O governador também falou sobre o episódio ocorrido na última terça-feira (20) no Rio de Janeiro. O vigilante Willian Augusto da Silva, de 20 anos, sequestrou um ônibus e fez diversos passageiros reféns. Ele foi morto por um atirador de elite, que disparou do alto de um caminhão do Corpo de Bombeiros.
“Meu papel, como governador, não é mandar atirar. Quem define isso é o Batalhão de Elite. Se não precisar atirar e conseguir prender o agressor, a polícia vai fazer isso. O que precisamos é vencer a ideia de que a polícia, em hipótese alguma, pode atirar. Tivemos casos que quem sofreram foram os reféns, queimados ou mortos, Quando quem assumiu o risco do terrorismo é quem está sequestrando o ônibus. Ele está em maiores riscos para a sociedade e, se necessário for, tem que ser abatido”, afirmou.
Sobre sua participação no Fórum Nacional, que debate questões estratégicas, políticas e psicológicas para os militares, Witzel disse que tem ideias a compartilhar e lamentou as críticas que acontecem sobre a Polícia Militar em todo o Brasil. “[O debate] foi um momento muito importante para que eu pudesse apresentar algumas ideias já aplicadas no Rio de Janeiro e que podem ser aplicadas no Brasil, para melhorar o desempenho da nossa estrutura policial. Temos questões que vêm sendo debatidas de formas absolutamente irracionais, que são as críticas às operações da Polícia Militar, quando, na verdade, o maior problema nosso é o que está contra a PM, que é o crime organizado”, disse.