Política

Equipe médica descarta cirurgia de emergência em Bolsonaro

Uma nota divulgada à noite pela a equipe médica informa que o presidente permaneceria em intenso "tratamento clínico conservador", inicialmente sem a necessidade de cirurgia

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Com obstrução intestinal e dores no abdome, o presidente Jair Bolsonaro deu entrada na noite desta quarta-feira, 14, no hospital Vila Nova Star, em São Paulo. Bolsonaro foi transferido para a capital paulista após permanecer internado em Brasília ao longo do dia, onde passou por uma série de exames no Hospital das Forças Armadas.

Uma nota divulgada à noite pela a equipe médica informa que o presidente permaneceria em intenso “tratamento clínico conservador”, inicialmente sem a necessidade de cirurgia. O comunicado informou, ainda, que o presidente já havia feito “avaliações clínicas, laboratoriais e de imagem” na capital paulista.

O médico Antônio Luiz Macedo, que foi responsável por operar o presidente no fim de 2018 – quando Bolsonaro foi atingido por uma facada, durante sua campanha eleitoral -, decidiu pela transferência para a capital paulista após analisar o quadro clínico de Bolsonaro.

“Toda situação de obstrução intestinal tem sua gravidade. Ele vai ser acompanhado de perto, sobretudo com exame clínico, que é o mais importante nessa situação”, afirmou Macedo, em entrevista à Jovem Pan. “Muitas vezes com jejum, hidratação e medicação o quadro reverte sem a necessidade de cirurgia.”

Bolsonaro já passou por algumas cirurgias em decorrência da facada que recebeu no dia 6 de setembro de 2018, em Juiz de Fora, no interior de Minas. Desde a semana passada, o presidente vinha se queixando de uma crise de soluços. O incômodo ficou claro na live semanal da última quinta-feira. Na ocasião, Bolsonaro chegou a pedir desculpas logo no início da transmissão. “Peço desculpas. Estou há uma semana com soluços, talvez eu não consiga me expressar adequadamente.”

O quadro de saúde suspende toda a agenda que Bolsonaro teria pelos próximos dias.

Bolsonaro politizou facada sofrida durante campanha de 2018

Após a confirmação de que seria transferido para São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro publicou, nas redes sociais, que encara “mais um desafio”, por causa da facada que levou de Adélio Bispo, em 2018, durante sua campanha eleitoral para a Presidência da República.

Sem citar o nome do agressor, o presidente voltou a politizar o ato que, segundo todas as investigações policiais, foram resultado de uma ação isolada.

“Mais um desafio, consequência da tentativa de assassinato promovida por antigo filiado ao PSOL, braço esquerdo do PT, para impedir a vitória de milhões de brasileiros que queriam mudanças para o Brasil. Um atentado cruel não só contra mim, mas contra a nossa democracia”, escreveu Bolsonaro.

Em seu perfil no Twitter, o presidente diz que, “por Deus foi nos dada uma nova oportunidade” para “enfim colocarmos o Brasil no caminho da prosperidade”.

Bolsonaro, que enfrenta os piores índices de popularidade nas pesquisas, menciona as mortes de vítimas da covid-19.

“Mesmo com todas as adversidades, inclusive uma pandemia que levou muito de nossos irmãos no Brasil e no mundo, continuamos seguindo por este caminho.”

O presidente pede “a cada um que está lendo essa mensagem que jamais desista das nossas cores, dos nossos valores”.

“Temos riquezas e um povo maravilhoso que nenhum país no mundo tem. Com honestidade, com honra e com Deus no coração é possível mudar a realidade do nosso Brasil. Assim seguirei! Que Deus nos abençoe e continue (sic) ilumando a nossa nação. Um forte abraço! Brasil acima de tudo; Deus acima de todos! Bandeira do Brasil.”

Pelo Instagram, Bolsonaro publicou uma foto em que aparece na maca do Hospital das Forças Armadas, em Brasília.

A imagem lembra as cenas de quando recebeu a facada, em 2018. Naquela ocasião, o crime sensibilizou grande parte do País e de seu eleitorado.

Bolsonaro passou por algumas cirurgias em decorrência do ataque sofrido há três anos. A primeira foi feita ainda na Santa Casa de Juiz de Fora, no interior de Minas Gerais, logo após ser atingido por Adélio Bispo. 

Depois, o então candidato foi transferido para o Hospital Albert Einstein e passou a ser acompanhado pelo cirurgião Antonio Luiz Macedo.