Política

Espírito Santo será o 19º estado a votar sobre impeachment de Dilma no domingo

A ordem foi definida nessa quarta (14) pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), e aprovada pelo Superior Tribunal Federal (STF)

A presidente Dilma Rouseff Foto: Divulgação

O Espírito Santo será o 19º Estado a votar o processo de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff (PT), segundo a ordem estabelecida na quarta-feira (14) pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), e aprovada pelo Superior Tribunal Federal (STF).

De acordo com o levantamento realizado pelo Folha Vitória, ao levar em consideração que a votação começará às 15h e que cada deputado pode levar até 30 segundos para externar seu voto, a bancada capixaba deve começar a se manifestar por volta das 17h25.  A previsão é que a sessão termine por volta das 21h.

Antes do Espírito Santo, um total de 290 deputados já terão se manifestado no Plenário. São eles: Roraima (8 parlamentares); Rio Grande do Sul (31); Santa Catarina (16); Amapá (8); Pará (17); Paraná (30); Mato Grosso do Sul (8); Amazonas (8); Rondônia (8); Goiás (17); Distrito Federal (8); Acre (8); Tocantins (8); Mato Grosso (8); São Paulo (70); Maranhão (18); Ceará (22) e Rio de Janeiro (46). Logo em seguida vêm Espírito Santo (10 parlamentares); Piauí (10); Rio Grande do Norte (8); Minas Gerais (53); Paraíba (12); Pernambuco (25); Bahia (39); Sergipe (8) e Alagoas (9).

Caso nada mude até o domingo, oito, dos dez deputados federais do Espírito Santo, devem votar a favor do impeachment de Dilma. São os casos de Evair de Melo (PV), Jorge Silva (Pros), Paulo Foletto (PSB), Lelo Coimbra (PMDB), Carlos Manato (SD), Marcus Vicente (PP), Max Filho (PSDB) e Sergio Vidigal (PSD), ainda que este último seja ameaçado de expulsão do partido, que é contra o impeachment. Já Helder Salomão (PT) e Givaldo Vieira (PT) são contrários ao afastamento da presidente.

Oposição diz que já tem os votos necessários para afastar Dilma

O deputado federal Lelo Coimbra, também presidente estadual do PMDB, garante que a oposição já tem a quantidade de votos necessária para o impeachment da presidente Dilma. Dos 342 votos necessários, Lelo afirma que possui 366. “O discurso do governo está sendo feito mais para demarcar posição em cima do golpe. Mas todos eles demonstram que não vai ter reversão”. afirmou Lelo.

A contabilidade é feita por um grupo, de diversos partidos, que todos os dias faz contato com os deputados para aferir suas posições em relação ao impeachment. Os que não atendem às ligações ou que ofercem alguma dificuldade de contato são colocados na lista de indecisos.

O presidente estadual do PMDB disse ainda que, diferentemente do que taxam os governistas, todo o rito de impeachment seguiu as normas estabelecidas. “Tudo que foi feito até esse momento está amparado nas recomendações traçadas pelo STF para o rito”, completou.

Lelo aproveitou para ironizar o discurso da presidente, que estava marcado para acontecer na noite desta sexta-feira (15). “Dilma ia falar hoje, mas suspenderam a fala dela porque os movimentos de panelaços estavam se organizando. Agora querem levar ela amanhã [sábado] para o acampamento do MST, para marcar posição em relação aos movimentos sociais”.

PT diz que luta ainda não acabou

Se por um lado a oposição está otimista, a ala governista também demonstra o mesmo. Questionado sobre a vitória já festejada do impeachment, o deputado federal Helder Salomão afirmou que não passa de uma guerra psicológica. “A verdade é que eles não têm o número suficiente para afastar a presidente. Tivemos novas adesões agora à tarde que serão anunciadas amanhã”, revelou. 

O petista ainda assegurou que o impeachment não passa na Câmara dos Deputados. “Nós estamos seguros de que eles não terão 342 votos. Eles estão fazendo seu papel de tentar influenciar os indecisos, mas nós estamos em constante articulação, até porque esse processo está sem fundamento e é um risco à democracia. Se houvesse crime de responsabilidade, uma prática de corrupção confirmada, eu seria o primeiro a pedir o impeachment de Dilma”, afirmou Salomão.

Helder acrescentou também que a oposição irá se surpreender na sessão do domingo com a manifestação do voto dos indecisos. Perguntado se o STF poderia anular o processo de impeachment, caso o governo seja derrotado na Câmara e recorra, o deputado disse apenas que agora o PT não trabalha com essa hipótese. “Nosso esforço no momento é impedir o impeachment domingo, na votação”.