Política

"Este foi um ano perdido para a educação brasileira", lamenta deputado capixaba sobre atuação do MEC

Felipe Rigoni e outros deputados elaboraram um documento que aponta paralisia em programas do MEC

Foto: Divulgação

O deputado federal Felipe Rigoni já encaminhou ao Ministério da Educação (MEC) um relatório com sugestões de trabalho e melhoria para as políticas voltadas à educação. O parlamentar capixaba criticou a atuação do Ministério, que está sob o comando do ministro Abraham Weintraub, e apontou uma paralisia nos investimentos por parte do MEC.

O documento foi produzido em parceria com a deputada Tabata Amaral (SP) e outros seis parlamentares. O relatório aponta que o Ministério executou apenas 4,4% dos investimentos previstos no primeiro semestre deste ano. Foram feitas 54 sugestões de melhoria ao Ministério.

“Nosso trabalho mostra, por meio de fatos, que o MEC não tem planejamento, prazos ou metas. O Ministério não sabe o que deseja fazer nos próximos três anos e isso se reflete nas entregas. Na alfabetização, o Governo não investiu um centavo sequer. No primeiro semestre, apenas 4,4% dos investimentos previstos foram feitos. Este foi um ano perdido para a educação brasileira”, critica o deputado capixaba.

A Comissão Externa de Acompanhamento do Ministério da Educação (MEC) aprovou, nesta terça-feira (10), o relatório do deputado. Entre os principais pontos listados no documento estão a baixa participação de profissionais com experiência anterior em educação, o contingenciamento seletivo de recursos e a alta rotatividade dos servidores comissionados.

As recomendações devem resultar na tramitação de mais 14 propostas legislativas. Ao todo, o relatório possui 250 páginas e resulta de 38 requerimentos de informação, 12 reuniões técnicas com o MEC e suas autarquias, nove audiências públicas e múltiplas consultas a especialistas.

Principais conclusões do relatório

• Paralisia no planejamento e na execução de políticas públicas;

• As secretarias do MEC não publicaram seus planos de trabalho. Os poucos planos disponíveis não têm clareza de metas, prazos ou responsáveis para as ações;

• As mudanças na estrutura organizacional criaram sobreposições de atividades e lacunas de atuação em áreas fundamentais;

• A atual gestão apresenta o menor número de agentes em cargos de confiança com experiência anterior em educação;

• Elencada como prioridade, a Política Nacional de Alfabetização (PNA) não tem um plano de ação e não foi executada;

• A implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) permanece com diversos pontos de indefinição;

• Não existe uma Política de Formação Docente e falta articulação entre as secretarias e órgãos vinculados ao MEC nas ações da área;

• Falta de critérios técnicos para nomeação de reitores e distribuição de recursos;

• Contingenciamento seletivo nas universidades.

O relatório completo pode ser consultado neste link.

“Buscamos também ser propositivos. Nosso relatório traz 54 sugestões ao Poder Executivo para melhorar a condução das políticas educacionais”, argumenta Rigoni.

Entramos em contato com o Ministério da Educação, mas ainda não tivemos retorno.