O atual diretor executivo da corporação e o último superintendente no Rio de Janeiro, Carlos Henrique Oliveira de Sousa, prestou esclarecimentos à Polícia Federal na tarde desta quarta-feira (13).
Em seu depoimento, Sousa afirmou que, durante o período que esteve no comando da superintendência da PF no Rio, nunca recebeu pedidos por relatórios de inteligência ou sobre quaisquer investigações a pedido da Presidência da República ou de Jair Bolsonaro.
Ele garantiu que não presenciou nenhuma interferência nos trabalhos desenvolvidos pela Polícia Federal enquanto estava à frente das Superintendência de Pernambuco e do Rio de Janeiro. Disse também que não manteve interlocução direta com o presidente ou familiares quando assumiu o comando da PF no Rio.
Ao falar sobre os inquéritos envolvendo familiares do presidente, Carlos Henrique afirmou saber de apenas de uma investigação no âmbito eleitoral, que já foi relatada e não apresentou indiciamento.
Quando questionado sobre possíveis problemas de produtividade na Superintendência do Rio de Janeiro, ele disse que assumiu o cargo no melhor momento da regional, alcançado durante a gestão de Ricardo Andrade Saadi.
O depoimento ocorreu na sede da Polícia Federal em Brasília, simultaneamente ao depoimento da deputada federal Carla Zambelli e de Alexandre da Silva Saraiva, superintendente no Amazonas.
A oitiva foi acompanhada por representantes da Procuradoria Geral da República, da Advocacia Geral da União e de um dos advogados que representa Sérgio Moro no processo.
Além de Moro, já prestaram esclarecimentos, o ex-diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo; Alexandre Ramagem, um dos indicados para substituir Valeixo; Ricardo Saad, outro ex-superintendente da PF no Rio de Janeiro; e os ministros Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo; Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional; e Walter Braga Netto, da Casa Civil.
Nesta terça-feira (12), o ex-ministro da Justiça e representantes da AGU, da PGR e do STF assistiram a gravação da reunião ministerial realizada no dia 22 de abril, e que foi apontada por Moro, em seu depoimento, como prova das intenções de Bolsonaro de interferir na Polícia Federal.
*Com informações do Portal R7!