O deputado federal Felipe Rigoni entrou com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral, nesta terça-feira (15), para deixar o PSB. Suspenso por 12 meses das comissões por votar a favor da reforma da Previdência, Rigoni alega grave discriminação pessoal e perseguição para tentar a desfiliação do partido sem perda do mandato.
O parlamentar capixaba está acompanhado de outros seis deputados: Tabata Amaral, Gil Cutrim, Flavio Nogueira e Marlon Santos, do PDT, além de Jeferson Campos e Rodrigo Coelho, do PSB, apresentaram ações similares na Justiça.
“Em primeiro lugar, é preciso lembrar que o Movimento Acredito assinou uma carta-compromisso com o PSB, garantindo que seríamos uma ponte entre uma visão de mundo mais liberal e a visão do partido. Essa carta foi completamente ignorada quando votei a favor da Previdência”, lembra o deputado.
“Mesmo com as cinco emendas que emplacamos para melhorar o texto da reforma, fomos chamados de traidores e, no meu caso específico, de ‘lobo em pele de cordeiro’. No entanto, o partido sabia da minha posição e sempre fui transparente sobre a reforma. Apresentei argumentos técnicos para defendê-la”, acrescenta o capixaba.
Rigoni aguarda decisão favorável da Justiça para estudar as propostas. “Queremos um partido com espaço para essa visão liberal na economia e progressista nas políticas sociais, ou seja, que queira a responsabilidade fiscal com sensibilidade social. Uma legenda com novas práticas políticas”, pondera.
Punição
A suspensão imposta pelo PSB ao deputado federal Felipe Rigoni determinou a saída imediata das comissões em que o parlamentar atuava. O capixaba, no entanto, conseguiu que Rede, Cidadania, Democratas, PSC e PL cedessem cadeiras para continuar em comissões como as de Educação e de Ciência e Tecnologia.
“O partido notoriamente tentou me fazer sangrar por uma diferença de convicção. Mas convicções não mudam em 12 meses. Não poderia ficar um quarto do mandato sem atividade parlamentar e me articulei para continuar ativo nas comissões. Mas o sinal foi claro de que era preciso deixar o partido para conseguir exercer meu mandato”, ressalta.
Posicionamento do partido
Procurado pela reportagem do jornal online Folha Vitória, o presidente regional da sigla no Espírito Santo, Carlos Roberto Rafael, afirmou que não desejava que a situação chegasse ao ponto que chegou. “A decisão de estatuto e lei é que se um deputado quiser sair do partido fora da janela partidária, a sigla pedirá o mandato”, garantiu.