Política

Ferraço promete rigor nas investigações contra autoridades com contas na Suíca

“Esse escândalo de grandes proporções revelado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos não apenas abalou o mundo das finanças, mas desafiou as autoridades", diz Ferraço

Ferraço é o relator da CPI que investiga a sonegação e as contas no exterior. Foto: Agência Senado

O senador Ricardo Ferraço (PMDB) é o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do HSBC. Embora a legislação vigente proteja os correntistas, o parlamentar capixaba alertou que “privacidade não pode rimar com impunidade”.

A finalidade da CPI é investigar eventuais irregularidades na abertura de contas de brasileiros na filial do HSBC, na Suíça.

Segundo Ferraço, é com equilíbrio e firmeza que ele pretende conduzir os trabalhos da relatoria da comissão.

O presidente da CPI é o senador Paulo Rocha (PT-PA), eleito por aclamação, enquanto o vice é Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). 

“Esse escândalo de grandes proporções revelado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos não apenas abalou o mundo das finanças, mas também desafiou as autoridades do país, com a notícia de que 8.667 brasileiros estão na lista”, observou Ferraço.

Embora pretenda evitar a exposição desnecessária de pessoas que nada tem a ver com a CPI, Ferraço assinalou que a privacidade das pessoas será preservada, mas a sonegação deverá ser punida.

“Além da sonegação de impostos, são várias as possibilidades de crimes associados aos depósitos milionários em contas numeradas de brasileiros no banco da Suíça, que somam US$ 7 bilhões”, acrescentou. 

Na reunião da CPI, agendada para quinta-feira (26), a CPI deverá apresentar o plano de trabalho. A comissão vai apurar prioritariamente denúncias de evasão fiscal no caso que ficou conhecido mundialmente como Swissleaks.

O envolvimento de doleiros será investigado. “A lavagem de dinheiro pode estar ligada a episódios de corrupção, como os apurados pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, envolvendo contratos com a Petrobras. Isso só já mostra a importância do trabalho desta CPI, em parceria necessária com a Receita, o Ministério da Fazenda e o Ministério Público, além da cooperação com órgãos do exterior”, frisou Ferraço.