Política

Flexibilização do uso de agrotóxicos ganha parecer favorável na Câmara

Projeto de Lei que modifica a interpretação sobre uso e fiscalização de defensivos químicos no Brasil segue causando polêmica.

Foto externa do Congresso Nacional 22.11.03 Foto Reynaldo Stavale
Foto externa do Congresso Nacional 22.11.03 Foto Reynaldo Stavale
Discussão sobre flexibilização do uso de agrotóxicos no país rende polêmica e promete debate acalorado em plenário. Foto: divulgação.

A comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou no início da noite desta segunda-feira (25) o parecer do relator, deputado Luiz Nishimori (PR-PR), por 18 votos a favor e 9, o Projeto de Lei 6299/02, que trata do registro, fiscalização e controle dos agrotóxicos no país. A lei flexibiliza o uso de agrotóxicos no país. Os deputados seguem votando os destaques e propostas de alteração ao texto-base. Após concluída a votação na comissão, o projeto será apreciado pelo plenário da Câmara.

Sem sucesso, deputados da oposição tentaram adiar novamente a votação do relatório. Na semana passada, a sessão foi interrompida por uma suspeita de bomba na comissão. A organização não governamental Greenpeace assumiu a ação.

Proposta

Chamado de PL do Agrotóxico por deputados da oposição e ativistas, o projeto prevê, por exemplo, a alteração do nome “agrotóxicos” para “pesticidas”, o que deve facilitar o registro de produtos cujas fórmulas, em alguns casos, são compostas por substâncias consideradas cancerígenas pelos órgãos reguladores. Antes, a proposta era alterar a nomenclatura para “produto fitossanitário”.

Ao apresentar o parecer, o deputado Luiz Nishimori afirmou que não quer “colocar veneno” no prato das pessoas e que o projeto prevê a atuação da Anvisa na proibição do registro de produtos que apresentam risco “inaceitável” à saúde e ao meio ambiente.

“Nosso projeto quer colaborar com comida mais sadia e segura para nossa sociedade. Ninguém vai colocar novas substâncias, novos produtos no mercado. A Anvisa é muito competente, muito rígida e vai ter as mesmas funções de hoje”, defendeu o relator.

Críticas

Em nota técnica, o Instituto Nacional do Câncer (Inca), defendeu que o Marco Legal dos Agrotóxicos (Lei 7.802/1989) não seja alterado e flexibilizado. A Anvisa também condenou a proposta, por acreditar que o projeto não atende a população. O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) afirmou que, caso a matéria seja aprovada pelo plenário, o partido ingressará com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF).

Com informações da Agência Brasil.

Alex
Jornalista com mais de 3 décadas de experiência profissional em rádio, jornal, TV, assessoria de imprensa, publicidade e propaganda e marketing político. Além d