O deputado federal Gilvan da Federal (PL) se tornou réu por violência política de gênero e injúria racial, cometidas contra a deputada estadual Camila Valadão (Psol). Os crimes teriam ocorrido em 2021, quando ambos os deputados ainda eram vereadores de Vitória. O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) ofereceu denúncia contra Gilvan e a Justiça Eleitoral aceitou.
O caso ocorreu durante a 125ª Sessão Ordinária na Câmara Municipal de Vitória, em 1º de dezembro de 2021. No dia, professores da rede municipal da Capital estavam nas galerias da Câmara. A decisão da Justiça Eleitoral é do último dia 28.
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De acordo com nota enviada por Camila Valadão, o então vereador teria se referido aos professores como “canalhas” e “sem vergonha”. A vereadora teria tentado intervir e foi insultada.
Gilvan teria mandado Valadão calar a boca, além de chamá-la de “assassina de bebês” e “satanista”.
Na denúncia, o MPES afirma que Gilvan praticou mais de uma vez, em plenário, atitudes que extrapolavam a defesa de ideologias e posicionamentos políticos.
“Para tanto, utilizou de menosprezo à condição de mulher, com a finalidade de impedir ou de dificultar o desempenho de seu mandato eletivo; outrossim, ele a injuriou, ofendeu sua dignidade e decoro, ao utilizar elementos diferenciados, pejorativos, referentes à religião”, narra a denúncia do MPES.
“Meu caso não é isolado, o que estou passando atinge milhares de outras mulheres em vários locais do Brasil. Violência política de gênero é um problema sistemático. Quando ele me ataca desta forma, com tanta violência, ultrapassa todos os limites e nada tem a ver com posicionamentos políticos contrários, não se trata só de alguém proferindo opinião, trata-se de agressão e não só a minha pessoa, mas a todas as mulheres”, relata Camila.
A reportagem do Folha Vitória entrou em contato com o deputado federal, até o momento sem retorno. A matéria será atualizada assim que houver resposta.
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