Uma reunião, que terminou no fim da noite de quarta-feira (8), entre secretários do governo do Espírito Santo e representantes das mulheres e das associações de classe dos policiais militares (PMs) estabeleceu um canal de diálogo para acabar com a crise na segurança pública deflagrada pela falta de patrulhamento dos PMs nas ruas. A paralisação entra nesta quinta-feira (9) no sexto dia.
Segundo o secretário de Direitos Humanos, Julio Pompeu, as lideranças do movimento apresentaram uma pauta com dois pontos: anistia geral para todos os policiais, já que são proibidos de fazer greve, e 100% de aumento para toda a categoria. De acordo com a Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado do Espírito Santo (ACS), o salário base de um policial no estado é R$ 2,6 mil, enquanto a média nacional chega a R$ 4 mil.
Na tarde desta quinta-feira (09) uma nova reunião será realizada para que o governo apresente uma contraproposta. “Ficamos de analisar essa proposta para ver o que podemos efetivamente fazer para que a discussão avance”, disse Pompeu.
Na quarta-feira (08), o governador em exercício, César Colnago, descartou qualquer possibilidade de reajuste salarial neste momento. “A população está amedrontada, as pessoas estão morrendo nas ruas. Isso é grave. Os policiais têm plena consciência da gravidade do momento que estamos vivendo. Estou muito confiante que vamos conseguir restaurar a sanidade, porque o que estamos vivendo aqui é um estado de total insanidade”, disse o secretário de Direitos Humanos.
Por parte dos policiais militares, estavam representantes da ACS, da Associação de Subtenentes e Sargentos do Espírito Santo e da Associação de Oficiais Militares do estado. O Comitê Permanente de Negociação é formado, além de Julio Pompeu, pelos secretários da Casa Civil, José Carlos da Fonseca, e de Controle e Transparência, Eugênio Ricas.
Forças Armadas
A partir desta quinta-feira, o Espírito Santo deve contar com o patrulhamento de 1.850 homens das Forças Armadas e da Força Nacional. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, anunciou que a Operação Capixaba recebeu o reforço de 550 militares das Forças Armadas. Além disso, mais 100 integrantes da Força Nacional de Segurança Pública chegarão a Vitória até hoje e farão patrulhamentos em municípios do interior. Eles se juntam aos mil homens do Exército e aos 200 da Força Nacional que já estão patrulhando as ruas da região metropolitana da capital.
O governo do Espírito Santo transferiu nessa quarta-feira o controle operacional dos órgãos de segurança pública para o general de brigada Adilson Carlos Katibe, comandante da força-tarefa conjunta e autoridade encarregada das operações das Forças Armadas, O objetivo é promover a garantia da lei e da ordem no estado até 16 de fevereiro.