Política

Ataque em Aracruz: governo do ES e demais poderes decretam luto oficial após tragédia

A publicação com a informação de luto oficial foi feita pelo governador juntamente com o anúncio de que o autor do atentado contra escolas havia sido preso

Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

Em função dos ataques a duas escolas de Aracruz, no Norte do Espírito Santo, na manhã desta sexta-feira (25), nos quais duas professoras e uma estudante foram mortas, além de várias pessoas terem ficado feridas, o governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), decretou luto oficial de três dias em todas as repartições do Executivo estadual.  

Demais poderes estaduais e prefeituras da Grande Vitória também adotaram a mesma iniciativa.

A publicação com a informação do luto foi feita por Casagrande juntamente com o anúncio de que o autor do atentado contra as escolas havia sido preso. Veja o post:

Foto: Reprodução / Twitter

Prefeituras também decretam luto oficial

Por meio de uma publicação nas redes sociais, o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos) anunciou luto de três dias em todos os órgãos da administração do município. 

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“Manifesto profundo pesar aos familiares, amigos e toda a população de Aracruz, em virtude da tragédia ocorrida nesta sexta-feira (25), que infelizmente deixou vítimas fatais e feridos. Em solidariedade e respeito a toda população Capixaba decretamos luto oficial de três dias nas repartições subordinadas ao Poder Executivo Municipal de Vitória. Oramos a Deus para que conforte a todos nesse momento de dor”, afirmou o prefeito na publicação.

A Prefeitura da Serra também foi mais uma da Grande Vitória a decretar luta oficial pela tragédia no Norte do Estado. Em suas redes sociais, o prefeito da cidade, Sergio Vidigal (PDT), se solidarizou com os familiares das vítimas.

“Recebi com pesar a triste notícia sobre a invasão nas escolas, em Aracruz. Lamento profundamente pelas vítimas e que Deus conforte os corações das famílias atingidas neste momento difícil. Que a justiça seja feita o mais breve possível”, escreveu o mandatário

Poderes estaduais lamentam tragédia e luto é decretado

O Tribunal de Justiça do Espírito Santo, por meio do presidente da Corte, desembargador Fábio Clem de Oliveira, decretou lutou oficial no Judiciário em respeito às vítimas do atentado em Aracruz.

“O Presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, Desembargador Fabio Clem de Oliveira, em nome do Poder Judiciário Estadual, lamenta profundamente o ocorrido em duas escolas do município de Aracruz, no norte do Estado, e decreta luto oficial de três dias em solidariedade às vítimas e aos moradores da cidade”, diz nota enviada pela Corte.

O presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), deputado Erick Musso (Republicanos), também enviou nota decretando luto oficial de três na sede da instituição, além de se solidarizar com os moradores da cidade e familiares das vítimas do atentado desta sexta.

 “Minha solidariedade às famílias que sofreram fortemente com os ataques covardes à escola estadual Primo Bitti e da escola particular. Aos familiares que perderam seus entes queridos meu sincero pesar. Muita força a todos vocês. Que o responsável responda com o rigor da Justiça”, disse em uma rede de mensagem”, disse.

MPES se manifesta de diz que está acompanhando o caso

Embora não tenha decretado luto oficial em suas promotorias e na própria sede, o Ministério Público Estadual (MPES) se manifestou em solidariedade à tragédia em Aracruz. Por meio de uma nota à imprensa, o órgão ministerial afirmou que “lamenta profundamente as invasões e ataques gravíssimos ocorridos em escolas localizadas no município de Aracruz, e se solidariza com os familiares das vítimas e com os feridos nesses atos”

O MPES ainda afirmou que acompanha diretamente os fatos, por meio da procuradora-geral de Justiça, Luciana Andrade, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e dos promotores de Justiça que atuam no município.  

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Entenda o caso

Duas escolas de Aracruz, no Norte do Espírito Santo, foram alvos de ataques na manhã desta sexta-feira . A ação de violência aconteceu na Escola da Rede Estadual Primo Bitti e no Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC).

 As escolas ficam no bairro de Coqueiral de Aracruz. Câmeras de segurança de uma das unidades registrou o momento em que o atirador entrou e saiu do local.

O homem armado estava usando roupas camufladas. A câmera de segurança do local marcava 9h49 quando o homem entrou na escola. 

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O suspeito deixou a escola 9h50, exatamente um minuto e quatro segundo após cruzar o portão na entrada.  Segundo informações da polícia, o suspeito foi às escolas em um carro modelo Renault Duster, cor dourada e com as placas cobertas. Primeiro, o homem foi até a escola estadual, onde atirou contra 11 professores, sendo que duas morreram no local.

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Em seguida, ele entrou no carro e se dirigiu à escola particular, onde entrou correndo e efetuou diversos disparos. Na escola, um adolescente foi baleado. A ação no local pode ser acompanhada no vídeo no topo desta reportagem.

Veja relatos de pais e vizinhos de escolas atacadas

Uma vizinha da escola que mora na região há mais de 40 anos contou que nunca imaginou presenciar algo semelhante. Durante o Balanço Geral, da TV Vitória/Record TV, a mulher disse que levou algumas crianças para casa para ajudar e acolher no momento de tensão após o tiroteio.

“Eu achei que era um acidente. Próximo tem um morro e sempre as crianças caem de bicicleta. Nunca imaginei que seria um tiroteio. Quando cheguei aqui e vi as meninas se jogando pela janela do muro, eu entrei em pânico. O que eu fiz foi abraçar, acolher, gritar, entrar em pânico. Levei algumas para minha casa, fiz uma água com açúcar”, disse.

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A mãe de um dos alunos alvos do ataque também conversou, ao vivo, com o jornalismo da Rede Vitória. Mãe de um jovem de 15 anos que estuda na escola particular alvo dos criminosos, a mulher contou que, segundo o filho, os estudantes estavam no momento do intervalo quando o ataque ocorreu.

“Eu acabei de buscar ele na casa de um colega, para onde ele foi depois que saiu da escola. Ele contou que algumas crianças estavam no pátio da escola, porque era hora do intervalo. Após saberem do ocorrido, os alunos saíram correndo”, disse.

O pai de uma das alunas das escolas disse que a filha também não entendeu, no primeiro momento, o que estava acontecendo.

“Ela contou que ouviu vários estalos. achou que era uma bombinha. Eles mesmo não sabiam o que estavam acontecendo. Quando perceberam que era grave, correram para uma praça. Todo mundo pulou o muro da escola”, contou.

Adolescente relata pânico no momento de ataque

Uma adolescente de 14 anos, aluna de uma das escolas alvo dos ataques contou ao jornalismo da TV Vitória os momentos de terror e medo que viveu.

“Eu estava no andar debaixo da escola, perto da sala dos professores, sala dos diretores, e tinha uma professora ali perto também. Primeiro, eu escutei um barulho de alguma coisa caindo, só que foi um barulho muito alto, não parecia algo normal”, disse.

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A jovem contou que ela, a professora e outras pessoas saíram correndo pelo estacionamento.

“A minha professora estava ali perto e gritou: ‘o que está acontecendo?’. Uma das funcionárias da limpeza passou falando que tinha uma pessoa atirando na escola e chamou a gente. A gente saiu correndo e saímos pelo estacionamento da escola, que estava com o portão aberto”.

A adolescente ainda falou sobre o desespero que viveu. “Estava em pânico. Na hora que eu estava correndo, fiquei com medo de cair e desmaiar porque eu fiquei tonta. Foi algo muito desesperador”.